sábado, 12 de dezembro de 2015

11K - Módulo 3 - Teste Modelo

Este teste modelo não tem a estrutura do teste sumativo


Grupo I 
Decida da verdade ou da falsidade dos seguintes enunciados:

I.1. Em Atenas a Ecclesia era composta por 500 Estrategos.

I.2. Todos os habitantes de Atenas eram considerados cidadãos.

I.3. Em Atenas a Ecclesia era composta por 500 Arcontes.

I.4. Em Portugal existe uma democracia direta.

I.5. A democracia ateniense, fundada no sec. IV aC., é uma democracia direta.

I.6. Na democracia ateniense a Bulé é a assembleia dos cidadãos.

I.7. As Pólei (Pólei = plural de Pólis) Gregas eram pequenos estados completamente dependentes das cidades vizinhas.

I.8. A democracia Grega não era uma democracia direta, mas uma democracia representativa.

I.10. Os metecos poderiam participar politicamente na Pólis se cumprissem o serviço militar.

I.11. A democracia é uma forma de oligarquia.

Grupo II

Texto 1
“Nenhum estudo de História das Ideias Políticas pode deixar de conceder um lugar de primeiro plano ao pensamento político da Grécia Antiga. Pois foi aí que nasceu a reflexão teórica sobre a colectividade política e sobre o poder e aí atingiu um dos níveis mais altos na história da humanidade. Como afirma um autor, “mais que o Partenon, que as tragédias ou que a eloquência de um Demóstenes, o que acima de tudo faz a grandeza da Grécia Antiga é ter inventado a política”. AMARAL, D. F. (2004) História da Ideias Políticas, vol I, Coimbra, Almedina

Responda a estas questões por palavras suas:
II.1. Explique o que é a isegoria.
Justifique a sua resposta à questão I.2.
II.3. A democracia ateniense era uma democracia direta ou representativa? Justifique a sua resposta clarificando o significado destes conceitos.
II.4. Explique a seguinte afirmação: “A democracia ateniense é uma democracia muito incompleta”. 
II.5. O princípio da separação de poderes é muito importante nos estados de direito democrático. Este princípio existia na democracia ateniense? Responda a esta questão descrevendo os órgãos de soberania da Atenas democrática, indicando as suas funções, poderes e composição, bem como a forma como era feita a escolha dos detentores dos cargos políticos. 

Grupo III


Texto 2
“Para o fascismo, o Estado é absoluto: perante ele os indivíduos e os grupos não são mais que o relativo. Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado. (...) O indivíduo só existe enquanto está no Estado: está subordinado às necessidades do Estado e, à medida que a civilização toma formas cada vez mais complexas, a liberdade do indivíduo restringe-se sempre mais. (...) Neste sentido, o fascismo é totalitário (...). Nem partidos, associações, sindicatos nem indivíduos fora do Estado. (...) Nós representamos um princípio novo no Mundo, representamos a antítese nítida, categórica, definitiva da democracia (...)." Benito Mussolini, O Fascismo, 1931

Responda a estas questões por palavras suas:

III.1. Comente o texto 2 confrontando-o com o filme ‘Equilibrium’. 
III.2. Explique em que media a nossa sociedade é diferente da que é descrita no texto 1 (e, também, no filme Equilibrium). 

sábado, 5 de dezembro de 2015

Matriz do teste 1 do Módulo 3 - 11L(Design)

Plano de estudo
Para estruturar as respostas de desenvolvimento, deve ter-se em conta as seguintes instruções:
Como estruturar um texto argumentativo

Para aceder aos conteúdos apresentados nesta matriz deve consultar-se a seguinte secção do site:

Objetivos/Conteúdos:

1. Definir o conceito de democracia.
2. Explicitar a relação da arte com a política.
2. Compreender a importância social (política) da arte.
3. Interpretar o documentário Lixo Extraordinário.
4. Refletir sobre o sentido (político) do trabalho de Vik Muniz. (A recriação de obras de arte
5. Refletir sobre o sentido (político) do trabalho de Ron English.      como intervenção política).
6. Interpretar o filme 'Equilibrium': o absurdo do totalitarismo.
7. Caracterizar as emoções.
5. Distinguir emoção, afeto e sentimento.
6. Relacionar o totalitarismo retratado no filme 'Equilibrium' com a importância da arte na vida humana.
7. Explicar a origem da democracia na sociedade ateniense do século VI: a monarquia, a oligarquia, a tirania e a democracia.
8. Explicar o contributo de Sólon, Clístenes e Péricles para a instituição da democracia em Atenas.
9. Explicar as reformas de Clístenes e o seu impacto na democracia ateniense.
10. Definir  e explicar a isocracia.
11. Definir e explicar a isegoria.
12. Definir e explicar isonomia.
13. Caracterizar a democracia ateniense como uma democracia direta.
14. Descrever as instituições democráticas de Atenas.
15. Descrever a forma como eram designados os detentores dos cargos políticos na Atenas democrática: o sorteio e a eleição.
16. Explicar as vantagens e desvantagens do sorteio.
17. Explicar a separação de poderes no estado democrático ateniense.
18. Explicar a importância da separação de poderes.
19. Explicar os mecanismos de proteção da democracia ateniense.
20. Explicar a importância (e os perigos) do ostracismo na democracia ateniense.
21. Descrever a sociedade ateniense.
22. Analisar criticamente a sociedade ateninense e as limitações da sua democracia: a escravatura, a exclusão das mulheres e dos estrangeiros.
23. Explicar a importância dos sofistas na democracia grega.
24. Explicar os fundamentos do pensamento dos sofistas: o relativismo cultural e a etnicidade das leis.
25. Comentar as implicações da tese de Protágoras segundo a qual 'O Homem é a medida de todas as coisas'.
26. Analisar criticamente as três teses de Górgias sobre a verdade.

Questões a explorar de forma crítica e criativa:
a) A arte pode contribuir para que os indivíduos se tornem melhores cidadãos?
b) Como terá que ser uma sociedade justa? Essa sociedade poderá não ser democrática?
c) Como é que a arte poderá contribuir para a construção dessa sociedade?
d) A nossa sociedade é justa (plenamente democrática)?
e) Quais são os problemas mais graves da nossa democracia?
f)  Como é que se poderão resolver esses problemas?

Estrutura do teste:

Grupo I – I.1. Questões de escolha múltipla (15-20); I.2. Questões de verdadeiro/falso(10-20).
Grupo II – Questões de resposta curta (definir; analisar; identificar; distinguir; comparar) – 6-8.
Grupo III – Duas questões de desenvolvimento – num mínimo de 200 palavras. (compreender; explicar; interpretar; problematizar).

Cotações:
(para revisão)
Grupo I – 45% (9 valores); Grupo II – 35% (7 valores); Grupo III – 20% (4 valores).
Pesos (questões dos grupos II e III): Exposição dos conteúdos (65%); Estruturação formal das respostas /Qualidade da argumentação (grupo III)(25%); Correção da Expressão Escrita (10%).

O Princípio da separação de poderes



O conceito da separação dos poderes, é um modelo de governo, cuja criação é datada da antiga Grécia. A essência desta teoria consiste em que os três poderes que formam o Estado (legislativo, executivo e judicial) atuam de forma separada, independente e harmónica.

O objetivo dessa separação é evitar que o poder se concentre nas mãos de uma única pessoa, para que não haja abuso, como o ocorrido no Estado Absolutista, por exemplo, em que todo o poder se concentrava na mão do rei. A passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal caracterizou-se justamente pela separação de Poderes.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_separa%C3%A7%C3%A3o_dos_poderes


Desde a antiguidade muitos estudiosos, pensadores e filósofos discutiram questões sobre a Política e a organização do Estado. Entretanto, foi o filósofo, político e escritor francês Charles-Louis de Secondat (1689-1755), mais conhecido por Montesquieu, quem desenvolveu, no século XVIII, a “Teoria da Separação dos Poderes”. Essa Teoria relatada em sua obra “O Espírito das Leis”, apresentava a divisão dos poderes políticos e os seus respetivos campos de atuação.
Vale lembrar que, antes de Montesquieu, outros grandes filósofos já haviam feito referência à importância desse modelo de Estado como, por exemplo, o filósofo grego Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C) na sua obra intitulada “Política”.
Desde aquela época, o objetivo central da divisão dos poderes no campo político era o de descentralizar o poder, favorecendo, assim, um Estado mais justo, democrático e igualitário para todos os cidadãos.
http://www.todamateria.com.br/tres-poderes/

Filme 'Equilibrium'


No filme Equilibrium (argumento e realização de Kurt Wimmer. Apesar das dispensáveis e já habituais cenas de pancadaria, o filme trata problemas éticos interessantes e questões filosóficas pertinentes) retrata-se uma hipotética sociedade do futuro em que, depois do fim da 3ª guerra mundial, os homens vivem num país chamado Libria submetidos a um regime totalitário. Depois da guerra que quase aniquilou por completo a espécie humana, os governantes - convencidos dos resultados negativos que derivam do exercício descontrolado de certas emoções e sentimentos dos homens (odiar, cobiçar, desejar etc) – decidem anular a capacidade de sentir (em sentido alargado, que inclui emoções e sentimentos) para evitar o mal e construir uma sociedade estritamente assente na racionalidade, na organização e na contemplação; sociedade essa na qual a guerra, o homicídio, o vício etc, não teriam lugar. Assim, os habitantes de Libria (que se pode traduzir por “balança”, “equilíbrio”, “moderação” etc.) ministram a si próprios, voluntária e regularmente, uma droga que os incapacita de sentir, com o objectivo de anular o mal decorrente do exercício dessa capacidade. O resultado é que - aparentemente - todos os habitantes de Libria se comportam segundo elevados padrões de excelência: física, intelectual e moral. Segue-se que nessa sociedade utópica todos agem bem, todos cumprem bem, todos fazem bem, graças ao uso de uma droga que anula parte da natureza humana (seja lá o que isto for).

Seria de esperar que esta sociedade fosse perfeita, ou lá próximo. Com efeito, os níveis de desenvolvimento intelectual e excelência moral são muito elevados, o que, como por exemplo nos diz Aristóteles na sua obra Ética a Nicómaco, deveria gerar uma vida feliz e um comportamento moral sem mácula. Mas, curiosamente ou talvez não, tal não acontece. O que é mostrado pelo filme é seres privados de uma das suas capacidades mais importantes: a de sentir. Argumenta-se que retirando ao homem essa capacidade ele torna-se num mero autómato, sem outro objectivo que não seja apenas o de prolongar a sua existência individual e a da espécie, o que origina um círculo vicioso e uma vida sem sentido. Por certo (questiona-se numa cena do filme) uma vida assim vivida talvez não mereça ser vivida, quanto mais ser considerada uma vida feliz.

Felizmente, no underground de Libria existem alguns revoltosos indignados com o status-quo que conhecem o real valor da capacidade de sentir, pois deixaram de tomar a droga “milagrosa”. Escusado será dizer governo de Libria exerce uma repressão terrível contra esses rebeldes do sentimento, que se manifesta por via de uma legislação implacável, aplicada por um corpo policial repressivo de elite, os tetragrammatons, (uma combinação de clérigos inquisidores espanhóis do séc. XIV com o Bruce-Lee e o Wyatt Earp). Estes clérigos são altamente treinados para julgar e matar - na hora - os infractores-sensitivos, sem hesitação ou remorsos.

O argumento do filme avança que um dos membros mais influentes dessa elite de assassinos certificados e autorizados pelo governo de Libria deixa acidentalmente de tomar a sua medicação. Isso tem como consequência que esse indivíduo comece repentinamente a experimentar prazeres sensoriais e intelectuais com que nunca tinha tido contacto anteriormente, o que o leva a pensar na estupidez e maldade dos seus actos praticados no passado enquanto ser não-emocional e não-sentimental (actos do tipo de condenar a sua própria mulher à morte por combustão – na fogueira, ou executar o seu melhor "amigo" por estar a ler poesia). O processo de descoberta descrito faz-nos pensar sobre o valor e a necessidade da emoção e do sentimento; e que, muito provavelmente não podemos abdicar dessas nossas características sem abdicar ao mesmo tempo da nossa identidade e humanidade. Aliás, o ponto filosófico fulcral do filme acontece precisamente quando o líder dos rebeldes explica ao mais recente ofensor sensitivo (o herói da história) a necessidade das nossas sensações, emoções e sentimentos estarem "ativados". E quando o herói questiona o líder dos rebeldes sobre o preço a pagar pelos actos moralmente condenáveis (guerra, vício, homicídio etc.) derivados do descontrolo que frequentemente nos acontece por estamos "ativados" para sentir, obtém a resposta que é um preço que temos que pagar de bom-grado, e que a única coisa que podemos fazer é tentar dominar esse "descontrolo emocional". (Claro que tentar imputar a responsabilidade dos actos moralmente condenáveis apenas à emoção e ao sentimento é uma ideia redutora e fraquinha do filme - e kantiana, o mal moral está no coração! - , pois é óbvio que esses actos derivam de outros factores: psicológicos e sociais. Mas o argumento corrige esse erro quando nos mostra que no topo do governo de Libria estão homens que sentem livremente e que agem mais em função do que sentem do que propriamente do que pensam, o que remete o Mal moral para o todo, e não apenas para uma parte, do ser humano).

Concluo então que o filme nos incita a pensar que não podemos ser felizes sem emoções e sentimentos, sem prazer, sem dúvida e sem autonomia (em sentido ético). Mas isto não é nada de inovador, até é bastante trivial; Aristóteles, por exemplo, sabia-o perfeitamente. Mas convém ir repetindo estas trivialidades para que não caiam no esquecimento, não é?

Os sofistas


Os sofistas viveram numa época áurea da cultura grega. O século de Péricles onde a democracia em Atenas desenvolveu intensa vida cultural e artística.

Sofista etimologicamente significa dizer apenas "sábio" ou "intelectual que sabe falar". Posteriormente adquiriu um sentido pejorativo de "alguém que usa de raciocínio capcioso, de má-fé, com intenção de enganar".

Ao longo dos anos, os sofistas sempre foram mal interpretados devido a críticas feitas por Sócrates e Platão. Segundo estes filósofos, a Filosofia não se deve basear na doxa, na opinião, mas deve constituir-se como episteme (ciência), ou seja, como saber racionalmente fundamentado e empiricamente comprovado. A verdade deve ser a principal preocupação dos filósofos, o que leva à rejeição da argumentação retórica e do relativismo defendido pelos sofistas, para quem não há opiniões verdadeiras, mas apenas opiniões defendidas de forma competente.

Sábios e pedagogos, os sofistas contribuíram muito para o ensino. Formaram um currículo de estudos que foi resgatado no período medieval.

Talvez o que mais escandalizava os seus contemporâneos seja o facto de que eles se faziam pagar pelas suas aulas, muitas vezes exigindo somas m uito elevadas aos seus alunos e, por isso, Sócrates acusava-os de prostituição. <…>

Ensinavam a arte de argumentar e persuadir, indispensável para exercer a cidadania numa democracia directa. Também davam aulas de retórica, que consistia em defender e a atacar com argumentos de igual força o mesmo assunto. Isso dava impressão de serem egoístas e sem credibilidade moral. Isto era reforçado pela sua afirmação cívica da lei do mais forte, o que parece que leva à instituição da democracia como um espaço político onde predominaria a lei da selva: os mais poderosos vencem sempre os mais fracos. Mas talvez o que os sofistas fizeram foi demonstrar que o poder da argumentação se sobrepõe a qualquer tipo de imposição dogmática, o que terá contribuído para o desenvolvimento da racionalidade em áreas que ficariam por explorar se a esfera pública ficasse inteiramente entregue a filósofos como Platão que, como ficou bem patente na sua obra A República, era contra a democracia.

É graças aos sofistas que o ‘povo’, enquanto auditório a que se dirigiam os seus discursos, ganhou consciência de si, dando origem a algo que hoje denominamos como opinião pública. (Texto adaptado).
|http://minhafilosofia.blogspot.com/2009/06/socrates-e-os-sofistas.html (Este site não deve ser consultado devido à fraca qualidade da escrita).


A intervenção cultural dos sofistas

“Os sofistas preocupavam-se, não com os valores que constituem a humanidade da conduta humana, mas com a utilidade da sua doutrina e da sua técnica para os indivíduos, especialmente na vida política.<…>

A existência da escolaridade depende do livro, e o seu uso tornara-se vulgar durante o século V, especialmente através dos escritos dos sofistas. A literatura grega anterior tinha por base a tradição oral, tendo que ser recitada e escutada.

As suas várias actividades no campo da literatura foram baseadas apenas na observação e experiências práticas. Não pode existir qualquer dúvida acerca da sua própria eficiência e no seu entusiasmo em esclarecer outras mentes. Eles deram uma contribuição decisiva para o desenvolvimento do livro, de cuja emergência e existência a escolaridade dependeu. <…>
A virtuosidade retórica teve como resultado imediato as suas análises da linguagem e os seus estudos "críticos" da literatura. O seu amor genuíno pela linguagem influenciou gerações que começaram pesquisas mais sérias. Finalmente, se tiveram que acumular uma vasta sabedoria para as suas próprias performances e para a instrução de alunos, tais colecções tornaram-se sugestivas para estudos posteriores. Mas todos os seus esforços, consideráveis como foram, tiveram um carácter mais ou menos arbitrário e casual.” 
|Rudolf Pfeiffer, “Os sofistas, seus contemporâneos e alunos nos séculos V e IV”.

Os sofistas e a vida da Pólis
Para além de formar o homem, a educação deve, sobretudo, formar o cidadão. A finalidade cívica da educação passa, claramente, a primeiro plano. É originariamente grega a ideia, tão actual, de que a educação é a preparação para a cidadania.

Habitante da Pólis, o homem só é o que é porque vive na cidade e sem ela não é nada. E o que diz respeito à cidade, é comum, isto é, afecta a todos enquanto comunidade e afecta cada um enquanto cidadão ou membro dessa comunidade. Neste sentido, é evidente que, antes de mais, o homem é um político (zoon politikon), como bem o captou Aristóteles, distinguindo-o, assim, do animal pela sua qualidade de cidadão; e o Biós politikos, que é a forma própria e sublime da vida do homem como habitante da pólis.

A consciência da cidadania desde cedo faz sentir a necessidade de uma nova educação, uma vez que, a antiga educação, com o seu receituário básico, simples e elementar de ginástica e música, não servia para a formação do cidadão, nem correspondia às novas necessidades individuais nem às novas exigências sociais e políticas.

Politicamente, a forma democrática de organização do Estado foi a forma de governo escolhida pela Cidade-Estado de Atenas. Ora, no estado democrático ateniense, a exigência de todos os indivíduos enquanto homens livres, ou seja, cidadãos, participarem activamente no Estado e na vida pública são deveres cívicos, e assim a participação nas assembleias torna-se indispensável. Neste contexto, compreende-se que tenha surgido uma nova estirpe de "educadores", os sofistas - com o estrondoso sucesso que se lhes conhece - que se apresentam como professores no sentido actual do termo, (os primeiros professores da história) e que oferecem, a troco de dinheiro (só por curiosidade, Protágoras pedia dez mil dracmas pelos seus serviços!... Note-se que uma dracma representava o salário diário de um operário qualificado...) o ensino da "virtude", o ensino da aretê política ou, como também lhe chamam os sofistas, a technê política (technê, em grego, significa técnica, ofício, habilidade, arte, ciência aplicada).

Os sofistas convertem, pois, a educação numa técnica ou numa arte, na qual eles são mestres e, por isso, capazes de a transmitirem e de a ensinarem. Assim os jovens, seus alunos, que vierem a dominar a technê política alcançarão, a aretê política.

Mas esta technê (técnica) política, está em conexão com as finalidades práticas que se propõe - formação de homens de Estado e de dirigentes da vida pública - e vai conduzir à valorização do homem (cidadão individualmente considerado) e vai orientar-se num sentido amoral ou mesmo imoral. Os seus contemporâneos vão acusar os sofistas de imoralidade.

Deste modo, um homem situado no coração da Pólis, quer vencer na vida política, quer fazer valer os seus interesses ou as suas convicções, quer ganhar um lugar de destaque, quer ser eleito para cargos públicos, quer ser governante e aceder ao poder. Para isso, para ter êxito político, precisa de saber falar bem, de encantar o auditório, de construir discursos persuasivos, de formular os argumentos que justifiquem e validem as suas posições, fazendo-as prevalecer como as melhores. Precisa, pois, da arte sofística da oratória, da retórica e da dialéctica. Mas porque o que é necessário é ter sucesso na vida pública e política, vencer a todo o custo e a qualquer preço, e isso só é possível convencendo os outros das minhas razões, retórica e dialéctica tornam-se armas potentíssimas que é preciso saber esgrimir com perícia; técnicas cujo domínio permite utilizá-las segundo as nossas conveniências, mas técnicas que se podem aplicar a qualquer conteúdo. Ora, os artífices desta técnica são os sofistas, ("Sofistas e oradores são a mesma coisa" Platão, Górgias, 520b), pelo que o diálogo de Platão Górgias, condenando a retórica que conduz à imoralidade, condena simultaneamente toda a sofística.

Não admira que os sofistas venham a ser acusados de imoralidade, de administrar uma educação perversa e pervertida, de corromper a juventude e de sublevar os valores tradicionais, minando as bases da ordem social e da política estabelecida.

O que é a democracia?


A Democracia -“demos (povo)+kratos (governo”)  - é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — sendo esta a forma mais usual nas democracias modernas. Uma democracia pode existir num sistema presidencialista ou parlamentarista, republicano ou monárquico.

As Democracias podem ser divididas em diferentes tipos, baseados nas seguintes distinções: a distinção mais importante acontece entre democracia direta (algumas vezes chamada “democracia pura”), onde o povo expressa a sua vontade por voto direto em cada assunto particular, e a democracia representativa (algumas vezes chamada “democracia indireta”), onde o povo expressa a sua vontade através da eleição de representantes que tomam decisões em nome daqueles que os elegeram.

Outros elementos importantes na democracia incluem exatamente quem é “o Povo”, isto é, quem terá direito ao voto; como proteger os direitos das minorias contra a “tirania da maioria” e que sistema deve ser usado para a eleição dos representantes ou dos governantes.

A democracia direta refere-se ao sistema onde os cidadãos decidem diretamente cada assunto por votação. Foi esse o sistema adoptado pelos atenienses quando, na antiguidade, fundaram o primeiro regime democrático. A democracia direta torna-se cada vez mais difícil, e vai aproximando-se cada vez mais da democracia representativa, quando o número de cidadãos cresce. 

É questionável se já houve algum dia uma democracia puramente direta de qualquer tamanho considerável. Na prática, as sociedades de qualquer complexidade sempre precisam de uma especialização de tarefas, inclusive das administrativas; e, portanto, uma democracia direta precisa de oficiais eleitos. 

Em Portugal a eleição do Presidente da República é feita por voto direto e podem realizar-se referendos para que os cidadãos decidam, também por voto direto, questões importantes que tenham implicações profundas na forma como a sociedade se vê a si própria e aos valores fundamentais.

Com o desenvolvimento tecnológico, principalmente ao nível da informática e das tecnologias da informação e da comunicação, podem pensar-se formas de democracia direta que usem as tecnologias para aproximar os cidadãos das decisões políticas, quer através da disponibilização de informação, credível e exaustiva, sobre os atos políticos e administrativos do Estado, como, também, através da promoção da participação política com base nas plataformas tecnológicas ao dispor da sociedade (redes sociais, petições online, voto eletrónico, etc.).

FONTE: Wikipédia

O Antigo Regime

As origens do Antigo Regime estão ainda no final do período Medieval, quando começaram a formar-se Estados Nacionais. Na transição da Idade Média para Idade Moderna, as monarquias que se colocavam no domínio político dos nascentes Estados cooptaram a nobreza para integrar o corpo aristocrático que incluía ainda o clero. Com o estabelecimento do absolutismo se consolidou também o Antigo Regime.

A França é o país que identifica o sistema com mais exatidão, até porque o termo foi cunhado justamente para simbolizar a situação política e social que ocorria na França até a Revolução Francesa. Neste país estruturou-se claramente um sistema que dividia a sociedade em três estados. 

O primeiro deles representava o clero, o qual tinha grande poder na época em função das crenças religiosas que atribuíam à Igreja a capacidade de saber e lidar com tudo.

O segundo estado era representado pela nobreza, que na prática nada fazia de produtivo para a França. Vivia da renda auferida da máxima exploração possível sobre os camponeses e desfrutavam dos luxos proporcionados pela aristocracia francesa. 

Já o terceiro estado representava o grosso da população francesa, incluía os camponeses e os burgueses e era quem pagava os impostos para sustentar a máquina estatal e quem realmente trabalhava para gerar os lucros da nobreza. Acima de todos eles estava a figura absolutista do monarca que comandava todo o sistema.



Com base numa sociedade altamente estratificada, o Antigo Regime possuía as suas características económicas, sociais e políticas. Economicamente, o sistema baseava-se na propriedade de terra, base da economia francesa. Os camponeses eram os trabalhadores na terra, tendo o seu trabalho explorado em prol do sustento da nobreza. 
Socialmente, havia uma grande e rígida divisão do Estado. A maioria da população estava impossibilitada de melhorar as suas condições de vida, não havendo mobilidade social (as pessoas não podiam passar de uma classe para outra, ou seja, não podiam ascender socialmente). E, politicamente, uma monarquia absolutista desfrutava de uma série de privilégios e autoridade considerada divina.

A partir do século XVII, algumas modificações sociais e económicas começaram a ocorrer na Europa Ocidental que fragmentaram o Antigo Regime. Na França, foi principalmente o pensamento iluminista que serviu de base ao questionamento do sistema, propagando novos ideais na população.

O conceito de Antigo Regime, embora muito característico da situação francesa, pode ser aplicado aos vários reinos da Europa Ocidental que formaram Estados Nacionais Absolutistas. O marco da queda do Antigo Regime foi a Revolução Francesa, iniciada em 1789, que derrubou o regime monárquico, acabou com a divisão em estados na sociedade e propagou os ideais democráticos e liberais através do lema: Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A Revolução Francesa determinou a ascensão da burguesia em França, levando o país a uma democracia capitalista que iria desenvolver-se no próximo século.

Fontes:
TOCQUEVILLE, Alexis (1856) L'ancien régime et la Révolution.
http://www.algosobre.com.br/historia/iluminismo-a-critica-ao-antigo-regime.html
http://www.professorreinaldo.com.br/arquivos/antigo_regime.pdf

11L - Teste Modelo - Módulo 3

Grupo I 
Decida da verdade ou da falsidade dos seguintes enunciados:

I.1. Em Atenas a Ecclesia era composta por 500 Estrategos.

I.2. Todos os habitantes de Atenas eram considerados cidadãos.

I.3. Em Atenas a Ecclesia era composta por 500 Arcontes.

I.4. Em Portugal existe uma democracia direta.

I.5. A democracia ateniense, fundada no sec. IV aC., é uma democracia direta.

I.6. Na democracia ateniense a Bulé é a assembleia dos cidadãos.

I.7. As Pólei (Pólei = plural de Pólis) Gregas eram pequenos estados completamente dependentes das cidades vizinhas.

I.8. A democracia Grega não era uma democracia direta, mas uma democracia representativa.

I.9. O movimento sofístico constituiu um forte obstáculo ao aparecimento e desenvolvimento da democracia.

I.10. Platão foi um crítico das técnicas argumentativas dos Sofistas.

I.11. Os metecos poderiam participar politicamente na Pólis se cumprissem o serviço militar.

I.12. A democracia é uma forma de oligarquia.

Grupo II

Texto 1
“Nenhum estudo de História das Ideias Políticas pode deixar de conceder um lugar de primeiro plano ao pensamento político da Grécia Antiga. Pois foi aí que nasceu a reflexão teórica sobre a colectividade política e sobre o poder e aí atingiu um dos níveis mais altos na história da humanidade. Como afirma um autor, “mais que o Partenon, que as tragédias ou que a eloquência de um Demóstenes, o que acima de tudo faz a grandeza da Grécia Antiga é ter inventado a política”. AMARAL, D. F. (2004) História da Ideias Políticas, vol I, Coimbra, Almedina

Responda a estas questões por palavras suas:
II.1. Explique o que é a isegoria.
II.2. Tendo em conta a importância da sofística no período em que se desenvolveu a democracia ateniense, justifique a sua resposta às questões I.9 e I.10. 
II.3. A democracia ateniense era uma democracia direta ou representativa? Justifique a sua resposta clarificando o significado destes conceitos.]
II.4. Explique a seguinte afirmação: “A democracia ateniense é uma democracia muito incompleta”. 
II.5. O princípio da separação de poderes é muito importante nos estados de direito democrático. Este princípio existia na democracia ateniense? Responda a esta questão descrevendo os órgãos de soberania da Atenas democrática, indicando as suas funções, poderes e composição, bem como a forma como era feita a escolha dos detentores dos cargos políticos. 

Grupo III

Texto 2
“Para o fascismo, o Estado é absoluto: perante ele os indivíduos e os grupos não são mais que o relativo. Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado. (...) O indivíduo só existe enquanto está no Estado: está subordinado às necessidades do Estado e, à medida que a civilização toma formas cada vez mais complexas, a liberdade do indivíduo restringe-se sempre mais. (...) Neste sentido, o fascismo é totalitário (...). Nem partidos, associações, sindicatos nem indivíduos fora do Estado. (...) Nós representamos um princípio novo no Mundo, representamos a antítese nítida, categórica, definitiva da democracia (...)." Benito Mussolini, O Fascismo, 1931

Responda a estas questões por palavras suas:

III.1. Comente o texto 2 confrontando-o com o filme ‘Equilibrium’. 
III.2. Explique em que media a nossa sociedade é diferente da que é descrita no texto 1 (e, também, no filme Equilibrium). 
III.3. O que são as emoções? 
III.4. Distinga os conceitos de emoção, sentimento e afeto. 
III.5. Poderíamos ter uma vida humana sem as emoções? Justifique. 
III.6. Relacione a arte com a emoção tendo em conta a reflexão feita em aula sobre o filme Equilibrium


Grupo IV

Texto 3
As relações entre a arte e a sociedade são recíprocas e dinâmicas. Tanto o campo social influencia a produção artística (conforme procura explicar a História da Arte, ao reconstruir as circunstâncias em que se concebem as obras, de modo a compreender e a explicar a sua evolução e a sua forma e significado), como a arte condiciona o contexto social.”
Paulo Barroso, Ficha 1_d

Documento 1

IV.1. A arte sempre teve uma grande importância política, dado o sua relação com os movimentos sociais e os acontecimentos historicamente determinantes. Tendo em conta a relação entre a arte e a sociedade, explique a frase sublinhada no texto 1, a partir de um comentário do documento 1

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Matriz do teste 1 do Módulo 3 - 11K(Programação)


Plano de estudo

(até 24 horas antes do teste - deve indicar o nome, nº. e turma)
Não devem ser enviadas dúvidas para o email usado para envio de trabalhos.
Instruções: Será necessária folha de teste.
                    O teste terá a duração de 90 minutos.
                    Nos grupos II e III deve ser original e crítico nas suas respostas.
                    Deve ler todo o enunciado antes de começar a responder.


Objetivos/Conteúdos:

1. Definir o conceito de democracia.
2. Refletir sobre o filme 'Invictus'.
3. Reconhecer a importância da igualdade (e da tolerância) em democracia.
4. Relacionar a democracia com a liberdade.
2. Definir a monarquia.
3. Distinguir monarquia absoluta e monarquia constitucional.
4. Definir a república.
5. Distinguir democracia direta e democracia representativa.
6. Distinguir a monarquia e a república.
7. Definir o autoritarismo.
8. Caracterizar o ser humano como um ser social ('animal político').
10. Explicar o processo de constituição da democracia ateniense: a monarquia, a oligarquia, a tirania e a democracia.
11. Definir o conceito de aristocracia.
12. Definir o conceito de oligarquia.
13. Definir o conceito de tirania.
14. Explicar o contributo de Sólon, Clístenes e Péricles para a instituição da democracia em Atenas.
15. Explicar as reformas de Clístenes e o seu impacto na democracia ateniense.
16. Definir  e explicar a isocracia.
17. Definir e explicar a isegoria.
18. Definir e explicar isonomia.
19. Caracterizar a democracia ateniense como uma democracia direta.
20. Descrever as instituições democráticas de Atenas.
21. Descrever a forma como eram designados os detentores dos cargos políticos na Atenas democrática: o sorteio e a eleição.
22. Explicar a separação de poderes no estado democrático ateniense.
23.Comparar a democracia ateniense com a democracia portuguesa.
24. Explicar os mecanismos de proteção da democracia ateniense.
25. Explicar a importância (e os perigos) do ostracismo na democracia ateniense.
26. Compreender as limitações da democracia ateniense: a escravatura, a exclusão das mulheres e dos estrangeiros.
27. Descrever a sociedade ateniense.
28. Descrever a sociedade medieval e do antigo regime.
29. Explicar as razões que levaram à eclosão da revolução francesa em 1789.
30. Explicar os valores fundamentais da revolução francesa: a liberdade, a igualdade e a fraternidade.
31. Comentar a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.
32. Explicar a importância do princípio da separação de poderes.
33. Interpretar o filme 'Equilibrium', confrontando a democracia com o totalitarismo (autoritarismo).
34. Interpretar o filme 'Elysium', estabelecendo um paralelismo entre a sociedade retratada no filme com a sociedade do antigo regime.
35. Confrontar a sociedade retratada no filme com a nossa sociedade e com os problemas sociais nela existentes.


Estrutura do teste:

Grupo I – I.1. Questões de escolha múltipla (15-20); I.2. Questões de verdadeiro/falso(10-20).
Grupo II – Questões de resposta curta (definir; analisar; identificar; distinguir; comparar) – 6-8.
Grupo III – Duas questões de desenvolvimento – num mínimo de 200 palavras. (compreender; explicar; interpretar; problematizar).

Cotações:
(para revisão)
Grupo I – 45% (9 valores); Grupo II – 35% (7 valores); Grupo III – 20% (4 valores).
Pesos (questões dos grupos II e III): Exposição dos conteúdos (65%); Estruturação formal das respostas /Qualidade da argumentação (grupo III)(25%); Correção da Expressão Escrita (10%).



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