quarta-feira, 24 de março de 2021

Código de Hamurábi

 




Texto do Código de Hamurábi:

http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/hamurabi.htm

Obra de arte feita por um robô vai a leilão pela primeira vez


Uma obra concebida em conjunto entre a robô humanóide e o artista italiano Andrea Bocaneto vai a leilão, em formato NFT, esta quarta-feira. "Espero que o mundo goste da minha arte", diz Sophia.
https://observador.pt/programas/atualidade/obra-de-arte-feita-por-um-robo-vai-a-leilao-pela-primeira-vez/

quarta-feira, 17 de março de 2021

Trabalho de grupo sobre a arte (II)







                          Teorias estéticas from Paulo Gomes


Trabalho de grupo:


1 . Elaboração de um mapa conceptual que sistematize os conceitos explicitados na ficha.
2. O quadro "Rapariga com Brinco de Pérola" ,de Vermeer, pode ser considerado uma obra de arte por cada uma das teorias sistematizadas na ficha? Justifiquem a partir da explicação de cada uma das teorias.
3. Qual das três teorias sobre a arte é a melhor? Porquê? (imitação; expressão e forma significante).
4. Formulação de uma teoria da arte que possa servir para explicar todas as formas de expressão artística (e que possa incluir formas de arte que venham a surgir pelo avanço da tecnologia).
5. Integração dos diversos pontos deste trabalho numa apresentação para servir de base a um debate com a turma (essa apresentação deve ser criativa).

sexta-feira, 12 de março de 2021

A Declaração Universal dos Direitos Humanos

 Materiais complementares:

https://ensina.rtp.pt/artigo/declaracao-universal-direitos-do-homem/

https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/what-are-human-rights/universal-declaration-of-human-rights/ (Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Trabalho de Grupo

Cada grupo neste trabalho irá implementar as mudanças que foram consideradas como necessárias no relatório do trabalho anterior.

Para isso há que evitar que todos façam todas as tarefas ao mesmo tempo.

Regras a implementar:

1. Definição dos objectivos a atingir.

2. Operacionalização dos objectivos: como vamos fazer? Dentro de que prazos?

3. Distribuição eficaz de tarefas.

4. Quem termina uma tarefa deve começar outra de imediato.

5. Todos devem ser capazes de apresentar todas as partes do trabalho.

6. 70% do texto dos slides deve ser da autoria os membros do grupo.

7. Para cada 3 slides deve ser incorporada uma imagem com um forte impacto estético e relacionada com o tema da apresentação.


Trabalho:

O produto a realizar será uma apresentação (em PowerPoint, Google slides, Prezi).

A apresentação deve ser original e muito criativa.

O trabalho deverá ter as seguines etapas:

1. Levantamento de 20 questões pertinentes sobre os Direitos Humanos.

2. Análise dos materiais apresentados acima - a exploração dos materiais deve partir das questões colocadas. Se for necessário o grupo pode alterar questões e a sua ordem.

3. Síntese dos PowerPoints sobre os Direitos Humanos.

4. Análise pormenorizada de 3 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (a escolha dos artigos deve partir das 20 questões colocadas).

5. Para cada artigo o grupo terá que escolher:

     a) Um exemplo de violação.

      b) Uma música.

     c) 1 ideia criativa para promover a aplicação desse artigo (pode ser um exemplo encontrado na Internet). Essa ideia deve ser bem explicada/ apresentada.

    d) 1 proposa para a turma realizar.

  6. A apresentação do trabalho deve ser espontânea e deve suscitar o debate com a turma.


quarta-feira, 3 de março de 2021

O Universo da arte









As emoções:



Sentimentos:




Psicologia das cores:





Projecto 'Somos em Rede' (2GI)







Esta sequência pedagógica está a ser adaptada para servir de base à exploração do tema/problema  9.2. 'A formação da sensibilidade cultural e a transfiguração da experiência: a estética' , da disciplina de Área de Integração.

Quando essa adaptação estiver concluída será publicada no blog:









Os jornais

 


Os Jornais Desde sempre que o homem teve necessidade de comunicar. Por isso, desenvolveu inúmeras formas de comunicação, (fumo, tambores, luzes, etc.) e principalmente a linguagem. Mais tarde estas formas de comunicação foram desenvolvidas nas grandes civilizações antigas: – Sumérios, Egípcios… inventando uma nova forma de comunicação: a linguagem escrita. Esta foi muito importante para o desenvolvimento da humanidade e para o aparecimento dos meios de comunicação. Assim, o primeiro “jornal” de que se tem conhecimento remonta ao ano 59 a.C. Este surgiu em Roma e denominava-se “Acta Diurna”. Era uma forma de divulgar os acontecimentos mais importantes a todos cidadãos do império. No continente asiático, destacamos a China cujos primeiros jornais surgiram (sob a forma de boletins escritos à mão) em meados do século VIII. No entanto, a imprensa, tal como a conhecemos hoje, é muito mais tardia. Esta só foi possível graças à imprensa que Gutenberg inventou em 1447, inaugurando, assim, a era do jornal moderno. A invenção de Gutenberg possibilitou a disseminação dos ideais Renascentistas, assim como, a democratização do conhecimento e a livre circulação de ideias. Contudo, só em pleno século XVII é que os jornais começaram a surgir como publicações periódicas e frequentes. Os primeiros jornais modernos foram criados nos países da Europa ocidental (Alemanha, a França, a Bélgica e a Inglaterra). Esses traziam principalmente notícias da Europa e, raramente cobriam matérias nacionais. Nessa época, a censura estava implantada por toda a Europa. Assim, os jornais raramente podiam abordar eventos que pudessem incitar o povo a uma atitude de oposição. Em 1766, a Suécia tornou-se o primeiro país a aprovar uma lei que protegia a liberdade de imprensa. Em 1844, a invenção do telégrafo transformou a imprensa escrita. As informações passaram a ser transmitidas em minutos, permitindo relatos mais actuais e relevantes. Os jornais emergiam em sociedades do mundo inteiro. Os jornais, no século XIX tornaram-se o principal veículo de divulgação e recepção de informação. Neste século construíram-se gigantescos impérios editoriais cujos, os “donos” detinham enorme influência na indústria jornalística. Os jornais também ajudaram na divulgação de propaganda revolucionária. Com a rádio, modificou-se completamente o cenário dos media nos anos 20. A imprensa teve que repensar a sua função como principal fonte de informação da sociedade. Tinha-se instalado a ideia que a rádio destruiria a indústria de jornais. Assim, os editores renovaram os formatos e conteúdos dos seus jornais a fim de torná-los mais atraentes, aumentando também o volume dos textos para oferecerem uma cobertura mais ampla e de maior profundidade. No entanto, ainda não tinha terminado a adaptação à rádio, quando surge um novo concorrente de peso: a televisão. Entre 1940 e 1990, a circulação de jornais caiu exponencialmente. Contudo, a omnipresença da televisão não terminou com a Imprensa. Mas, o maior desafio para os meios de comunicação tradicionais ainda estava para chegar. Nos finais da década de noventa do século XX, com a proliferação dos computadores e da Internet surge uma nova revolução tecnológica. Nunca houve tanta quantidade de informação disponível, em tantos sítios diferentes, de uma forma tão simples e para tantas pessoas. O volume e a actualização da informação na Internet não têm paralelo com qualquer outro meio de comunicação, mas isso não decretou o fim da importância dos jornais. Os jornais em papel continuam a possuir um importante papel para todas as classes e continua a afetar as nossas vidas e a ser consumido diariamente por milhões de pessoas. https://imediajim.wordpress.com/2008/04/03/imprensa-no-mundo/ Os jornais em Portugal



“A Gazeta de Lisboa nasceu em 1641 (o segundo diário, mais antigo na Europa). Este foi o primeiro jornal português, a ser publicado com alguma regularidade.

Contudo, a verdadeira implementação na imprensa portuguesa, só se efectiva no século XIX. Foi impulsionada pela revolução liberal de 1820, que veio anular a censura e a pressão exercida pelo Estado e pela Inquisição.

Mais tarde, ainda em pleno regime monárquico, surgem jornais como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias e o Comércio do Porto.

Após, este breve período de liberdade de imprensa, em 1926, com o golpe de estado militar que pôs fim à primeira república, foi restituída a censura. A imprensa só voltaria a ser livre pós 25 de Abril de 1974.

Durante o período ditatorial, houve uma enorme repressão da impressa em Portugal. Tudo o que saía nos jornais era controlado pelos censores. Isto, a juntar com a extrema analfabetização da população e o elevado preço das publicações, levou a uma enorme dificuldade da implementação da imprensa no nosso país. Tarefa ainda mais dificultada, devido ao aparecimento da televisão nos anos sessenta.

Assim, só a partir do 25 de Abril de 1974, através de políticas de escolarização da população, com o regresso da liberdade de expressão e com uma abertura de mercado, é que foi possível um maior desenvolvimento da imprensa.

Contudo, estas políticas só se reflectiram mais eficazmente no mercado, a partir da década de oitenta, devido a várias incongruências ao nível das tendências ideológico-políticas e a nacionalização massificada dos media, (tendência que só foi revertida nesta década).

Assim, verifica-se uma nova revolução na política aplicada à imprensa. Com as privatizações na imprensa surge um aumento exponencial dos títulos no mercado. Os jornais especializados começam a expandir-se. Surgindo os títulos mais informativos, consolidando-se o estilo popular-sensacionalista, as revistas dedicadas ao público feminino e as publicações temáticas especializadas.

Estas publicações eram acessíveis, tinham uma linguagem simples e reflectiam sob assuntos que estavam dentro dos interesses da população. O facto dos portugueses terem interesses tão vastos e tão díspares revela um maior índice cultural e uma escolarização mais abrangente. Alguns estudos revelam que as revistas popular-sensacionalistas e os jornais informativos são as publicações mais consumidas pelos portugueses. O facto de serem tipos de publicações tão diferentes revela dois tipos de público em Portugal: um virado para o sensacionalismo, com uma instrução mediana, ligado às classes médias; o outro virado para a informação isenta, ligado às classes mais altas escolarizadas.

Os hábitos de leitura dos portugueses estão a alterar-se, e isto verifica-se no número e variedade dos títulos atualmente existentes no mercado nacional, e no aumento exponencial que em geral todos os tipos de publicações sofreram ao longo das últimas décadas.”

https://imediajim.wordpress.com/2008/05/04/a-imprensa-em-portugal/


A invenção da imprensa


A invenção da imprensa


A invenção da imprensa por Johann Gutenberg, no século XV, foi um dos acontecimentos que
mudaram a história da leitura e da circulação de ideias em escala mundial.

Quando se estuda o período do Renascimento, geralmente destaca-se o advento de algumas invenções, tais como o telescópio e o relógio de precisão. Uma dessas invenções que provocaram uma verdadeira revolução no terreno da escrita e da leitura foi a prensa de caracteres móveis, isto é, a máquina de impressão tipográfica inventada pelo alemão Johann Gutenberg no século XV.

O nome imprensa remete nos nossos dias, quase que automaticamente, para as instituições de divulgação de notícias e opiniões sobre factos quotidianos, isto é: os jornais e revistas.

Esse nome, entretanto, designa, originariamente, um tipo de dispositivo técnico capaz de reproduzir palavras, frases, textos ou mesmo livros inteiros através de caracteres ou tipos móveis. Esse dispositivo foi inventado por Gutenberg na década de 1430.

Durante milénios a escrita restringia-se a modos de réplica muito limitados, como as tabuinhas de argila com escrita cuneiforme dos povo sumério, os papiros egípcios, os ideogramas chineses, entre outras variadas formas de escrita, cujo acesso era restrito a pequenos grupos de pessoas, geralmente escribas. Apenas com a invenção de Gutenberg a propagação de livros, como a Bíblia – o primeiro dos livros inteiros publicados pela técnica da imprensa –, passou a ficar impressa . Isso dava-se, fundamentalmente, por causa da facilidade que havia na reprodução dos textos. Não era necessário copiar à mão palavra por palavra como se fazia até então. Fazia-se um molde com os caracteres móveis e, a partir dele, imprimiam-se quantas cópias se quisesse. 

Importante foi, também, a adopção do papel como suporte para a impressão. O nome que passou a ser dado ao conjunto de papéis impressos em caracteres móveis foi códice, do latim codex.

Como dito acima, o primeiro livro impresso foi a Bíblia, em idioma vernáculo (em alemão). Esse fato foi de fundamental importância à Reforma Protestante, que se desenrolou no século XVI, uma vez que até então a Bíblia era lida em latim e sua a circulação não era tão grande tal como passaria a ser a partir da invenção da imprensa. Isso levou a que a interpretação da Bíblia deixasse de ser um exclusivo da igreja.

O historiador francês Roger Chartier, um dos grandes estudiosos da história do livro e da leitura, destacou que a invenção de Gutenberg foi tão revolucionária que só pode ser comparada à invenção do computador e da reprodução digital da escrita, como pode ser verificado no excerto a seguir:

“Minha primeira pergunta será a seguinte: como, na longa história do livro e da relação com a escrita, situar a revolução anunciada, mas, na verdade, já iniciada, que se passa do livro (ou do objeto escrito), tal qual o conhecemos, com os seus cadernos, folhetos, páginas, para o texto eletrónico e a leitura num monitor? […] A primeira revolução foi técnica: ela modifica totalmente, nos meados do século XV, os modos de reprodução dos textos e de produção dos livros. Com os caracteres móveis e a prensa de imprimir, a cópia manuscrita deixa de ser o único recurso disponível para assegurar a multiplicação e a circulação dos textos.” (CHARTIER, Roger. Do códice ao monitor: a trajetória do escrito).

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/invencao-imprensa.htm


A Prensa de Gutenberg



Johannes Gutenberg, filho de uma família abastada da cidade de Mainz (Alemanha), viveu entre a última década do século XIV (a sua data de nascimento é incerta) e o ano de 1568. Teve inúmeras oportunidades de aprender o maior número de coisas que estavam ao seu alcance. Desde jovem revelou ter uma forte inclinação pela leitura, lendo todos os livros que os pais possuíam em casa. Os livros, na época, eram escritos e copiados à mão, por monges, alunos e escribas e cada livro demorava meses a ser preparado, sendo o seu preço elevadíssimo e impossível de suportar para a maioria das pessoas.

Em 1428 Gutenberg começa a trabalhar no desenho e fabrico de jóias, o que lhe permitiu conseguir e saber desenhar sobre metais e pedras, começando, assim, a pensar na possibilidade de criar uma máquina que conseguisse imprimir palavras automaticamente e fazer cópias de livros em série.

De 1436 a 1460 Gutenberg dedicou-se inteiramente à invenção da prensa.

Durante este período, enfrentou muitas dificuldades e autênticos problemas que quase o fizeram desistir. De qualquer forma, conseguiu superar todas as dificuldades e fracassos, chegando à criação de uma das mais importantes máquinas de todos os tempos.

O invento levou largos anos a aperfeiçoar-se, mas Gutenberg persistia na ideia de adaptar técnicas que já conhecia profundamente - as técnicas do trabalho em metal, tais como moldagem, corte preciso e carimbagem - à produção técnica de livros.

A prensa desenvolvida por Gutenberg não era, de facto, uma invenção totalmente nova - já os chineses haviam usado técnicas de impressão de letras, especialmente em tecido - mas a maneira como ele a usou, essa sim foi inovadora: o molde das letras com tinta é colocado numa plataforma que desliza até à parte inferior de uma estrutura metálica; uma prensa é acionada através de uma barra que provoca a compressão, fazendo com que a estrutura que suporta o papel o "carimbe" com aquelas letras com toda a força, fazendo, assim, a impressão da letra no papel. Como as letras eram metálicas e amovíveis, cada caracter era separado e podia facilmente ser removido se se estragasse ou se houvesse necessidade de alterar algo no texto.

Gutenberg inovava ao transpor para a prensa tabuleiros que continham todo o tipo de caracteres normalmente usados na escrita manual: letras maiúsculas e minúsculas, sinais de pontuação, abreviaturas, etc., postas em conjunto para formar palavras, linhas e páginas inteiras de texto impresso. Com tal estrutura montada, Gutenberg concluiu que seria perfeitamente possível imprimir cerca de 300 páginas por dia.

Embora o desenho original da sua prensa permaneça ainda um mistério, os seus elementos básicos permaneceram quase inalterados em quase todas as impressões feitas desde a segunda metade do século XV até 1800.

O nome de Gutenberg não aparece oficialmente ligado a qualquer texto impresso, embora seja mundialmente sabido que da sua autoria constam magníficas obras, das quais se destacam a Bíblia de 42 linhas (o número de linhas por página), também conhecida como Bíblia de Gutenberg ou Bíblia de Mainz (cidade natal de Gutenberg), impressa em 1452 e da qual Gutenberg produziu 200 cópias dos seus dois volumes - vendidos, em 1455, na Feira do Livro de Frankfurt; seguindo-se o Calendário de 1448 e o Católicon (um dicionário alfabético e gramatical), em 1460.



Para saber mais:








segunda-feira, 1 de março de 2021

Os refugiados: um problema de todos


 



Devemos ver a crise dos refugiados do lado dos países mais pobres


Os programas para os refugiados - incluindo as respostas dentro das nossas próprias fronteiras - devem ter os direitos humanos no seu núcleo.

A crise dos refugiados da Síria tem motivado, nos últimos anos, uma crescente atenção política e mediática. Várias perspectivas desta crise têm vindo a ser debatidas mas, no essencial, o foco do debate tem sido colocado no impacto desta crise nos países europeus de destino. Ora, convém, nesta análise, evitarmos erros de análise e abordarmos as implicações globais desta crise.

Uma questão é particularmente preocupante: os países mais pobres estão a pagar duplamente o preço desta crise dos refugiados. Seja porque acolhem a larga maioria dos refugiados, seja porque, em simultâneo, vêem reduzidas as verbas de ajuda ao desenvolvimento.

Os dados mostram que uma parte substancial dos custos, em alguns países europeus, associados ao afluxo de refugiados e requerentes de asilo está a ser registada como ajuda pública ao desenvolvimento (APD) - a medida que o Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da OCDE utiliza para medir as despesas dos países doadores na ajuda ao desenvolvimento. Na prática, durante a crise dos refugiados, muitos desses países doadores reduziram o volume de APD disponível para lançar, sustentar ou expandir projetos de cooperação para o desenvolvimento em países pobres. […]

Analisemos agora a segunda dimensão do problema: É, sem dúvida, positiva a atenção que a comunidade internacional tem, recentemente, dedicado à crise dos refugiados da Síria. Mas, convém, também nesta matéria, ter uma perspectiva mais abrangente quanto à dimensão do problema. Apesar da gravidade desta crise mais recente, os sírios constituem uma pequena parte dos mais de 21 milhões de pessoas em todo o mundo registadas como refugiados pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados, sendo que o ACNUR categoriza mais de 65 milhões de pessoas como "deslocados forçados".

Por outro lado, ainda que a atenção política e mediática se concentre nos requerentes de asilo na Europa, a larga maioria dos refugiados - mais de 86% - procura acolhimento em países em vias de desenvolvimento, perto dos países de onde fugiram. O Uganda, por exemplo, acolheu mais refugiados do Sul do Sudão, em 2016, do que o número total de refugiados que atravessaram o Mediterrâneo, em direção à Europa durante o mesmo período.

Todos os dias, 40 mil pessoas são forçadas a fugir de zonas conflito. Muitos mais saem de suas casas em busca de um futuro seguro e digno. E muitos ficam para trás, deslocados dentro de seus próprios países, vivendo em situações de extrema insegurança e pobreza.

Permanecer de braços cruzados enquanto outros vivem com medo não é aceitável. No entanto, países como o Uganda, que há décadas acolhe generosamente centenas de milhares de refugiados, vêem cada vez mais os seus princípios de tolerância minados pela redução da ajuda ao desenvolvimento.

As situações de refugiados não são novas. Juntos, os cinco principais países de origem geraram aproximadamente 10,2 milhões de refugiados nos últimos 25 anos. Os números são impressionantes, mas o desafio que representam não é de modo algum intransponível. As políticas nacionais e internacionais de ajuda ao desenvolvimento devem ter uma perspetiva ambiciosa e de longo-prazo face aos desafios socio-económicos colocados pelas crises de refugiados, em primeiro lugar, assegurando o apoio a estes cidadãos forçados a fugir de zonas de conflito e, em segundo lugar, enfrentando as causas profundas do deslocamento forçado, concentrando os nossos esforços na redução da pobreza e das desigualdades, fortalecendo a construção da paz e melhorando o acesso à justiça.

Todos, assumimos, em inúmeros acordos internacionais, como a Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o objectivo de "não deixar ninguém para trás". É verdade que têm sido inúmeros os sinais de solidariedade de alguns governos e de centenas de organizações da sociedade civil na gestão desta crise dos refugiados. Mas não é menos verdade que temos de ir mais longe. Desde logo, pondo de parte qualquer ambiguidade quanto ao direito de requerer asilo e quanto à responsabilidade de proteger aqueles que o fazem. Por outro lado, precisamos de garantir que o novo financiamento para o acolhimento dos refugiados significa, mesmo, dinheiro extra e não redirecionamento de fundos ou redução de ajuda ao desenvolvimento. E acima de tudo, os programas para os refugiados - incluindo as respostas dentro das nossas próprias fronteiras - devem ter os direitos humanos no seu núcleo.

Jorge Moreira da Silva, www.publico.pt, 7 de março de 2017.

 

Atividades:


Imagina que tens que contar a história dos refugiados a pessoas que nada sabem sobre o tema. Elabora uma história baseada no texto: na tua história deves incluir o que sabes sobre o tema dos refugiados e, também, as ideias centrais defendidas no texto.


Trabalho de grupo sobre a Arte

O que é a arte by paulofeitais on Scribd                            Teorias estéticas from Paulo Gomes Trabalho de grupo:...