O documentário "Particle Fever" traz à vida o bosão de Higgs
O documentário é o relato fascinante e bem informado sobre a maior experiência científica do planeta, mas é também um drama real sobre a compreensão do universo.
Um novo documentário, "Particle Fever", consegue o quase impossível: torna compreensível – e empolgante – o funcionamento do acelerador de partículas LHC (Large Hadron Collider), até mesmo para os espectadores com a maior aversão à ciência. Mark Levinson, o realizador do filme, visitou o CERN, o centro de pesquisa na fronteira entre a França e a Suíça que abriga o LHC, pela primeira vez em 2007, e voltou diversas vezes até julho de 2012, quando a equipa de físicos de elite concluiu as suas duas décadas de buscas para encontrar o bosão de Higgs.
"Particle Fever" acompanha meia dúzia de personagens – entre os mais de 10 mil cientistas, de mais de 100 países – que trabalham na maior e mais cara experiência científica do planeta. O filme mostra-os teorizando, discutindo, jogando ténis de mesa.
Observer - Você disse que não acha que "Particle Fever" seja um documentário científico. O que é o filme, então?
Mark Levinson - Creio que seja sobre a busca do homem pela compreensão do universo. Eu queria fazer um filme atraente para pessoas que podem pensar que nem estão interessadas em ciência, mas que conseguem envolver-se nessa busca humana absolutamente maravilhosa. Pode ser difícil justificar o LHC em termos de despesa –mas, ainda que ele talvez não seja necessário para a nossa sobrevivência, é algo que está ligado ao que nos torna humanos e importantes.
Observer - Quando você começou a filmar, imaginava que os cientistas do CERN encontrariam a partícula de Higgs?
Não. Eu definitivamente acreditava que a partícula de Higgs, ou algo parecido, existia.
Mas que eles a encontrassem quando estávamos a filmar? Nunca imaginei. Quase todos os físicos haviam dito que encontrar o bosão de Higgs seria tão difícil que provavelmente seria necessário recolher dados durante anos. Na verdade, todos achavam que, se encontrassem alguma coisa, provavelmente seria uma nova partícula, mas não a de Higgs.
Observer - A Física parece envolver muito tempo de contemplação de números numa
tela de computador. Como tornar essa situação dramática?
Mark Levinson - Por sorte havia muito drama natural. Não tivemos de inventá-lo, só de reconhecê-lo e captá-lo à medida que se desenrolava.
Observer - Você está a referir-se a 2008, quando o LHC foi fechado por mais de um ano devido a um problema com os ímanes?
Mark Levinson - O acidente aconteceu cerca de 10 dias depois de ter começado a filmar. A minha reação imediata foi pensar que seria o fim do meu filme. Mas percebi que era provável que o acelerador viesse a ser reativado, e que o acontecido servisse para conferir dramatismo ao filme. Havia muita pressão por causa do acidente, e por isso a reativação do LHC foi ainda mais tensa, bem como o resultado, que nos deixou em suspenso sobre o que iria acontecer a seguir.
Observer - No cerne do filme está o estranho elo entre a física teórica e a física experimental. Você pode explicar-nos o que está em causa nessa distinção?
Mark Levinson - O estereótipo dominante é o do físico teórico solitário, trabalhando sozinho numa sala, como Einstein, e ocasionalmente caminhando até ao quadro negro. Eles são a elite, em certo sentido, muito matemáticos e abstratos. Mas precisam de pessoas que concebam experiências com base nas suas teorias e lhes forneçam dados que os apontem na direção correta. O conflito muitas vezes surge devido às escalas de tempo distintas entre os dois ramos. Um físico teórico pode acordar de manhã e de repente apagar uma equação, reescrevendo-a em seguida. Já o físico experimental, enquanto isso, passou 10 anos a construir uma máquina para provar aquela teoria.
Os Gregos, na antiguidade, buscavam através do uso da razão, a superação do mito ou do saber comum. O avanço na produção do conhecimento, conseguido por esses pensadores, foi estabelecer a ciência como pensamento sistematizado (filosofia, física, matemática...), o que perdurou até ao início da Idade Moderna. A partir daí, as relações dos homens tornaram-se mais complexas bem como toda a forma de garantir a sua sobrevivência.
Gradativamente, houve um avanço técnico e científico, como a utilização da pólvora, a invenção da imprensa, a Astronomia de Galileu, a Física de Newton, etc.
Foi no início do século XVII, quando o mundo europeu passava por profundas transformações, que o homem se tornou no centro da natureza (antropocentrismo). Acompanhando o movimento histórico, ele mudou toda a estrutura do pensamento e rompeu com as concepções de Aristóteles, ainda vigentes e defendidas pela Igreja, segundo as quais tudo era hierarquizado e imóvel, desde as instituições políticas até ao planeta Terra.
O homem passou, então, a ver a natureza como objeto da sua ação e do seu conhecimento, podendo interferir nela. Portanto, podia formular hipóteses e experimentá-las para verificar a sua veracidade, superando assim as explicações metafísicas e teológicas que até então predominavam. O mundo imóvel foi substituído por um universo aberto e infinito, ligado a uma unidade de leis. Era o nascimento da ciência enquanto um objecto específico de investigação, com um método próprio para o controlo da produção do conhecimento. Assim sendo, ciência e filosofia separam-se.
O conhecimento científico transformou-se numa prática constante, procurando afastar crenças supersticiosas e a ignorância, através de métodos rigorosos, para produzir um conhecimento sistemático, preciso (rigoroso) e objetivo que consiga prever os acontecimentos e agir de forma mais segura.
Sendo assim, o que diferencia o senso comum do conhecimento científico é o rigor. Enquanto o senso comum é acrítico, fragmentado, preso a preconceitos e a tradições conservadoras, a ciência preocupa-se com as pesquisas sistemáticas que produzam teorias que revelem a verdade sobre a realidade, uma vez que a ciência produz o conhecimento a partir da razão aliada à experiência.
Desta forma, o cientista, para realizar uma pesquisa e torná-la científica, deve seguir determinados passos. Em primeiro lugar, o pesquisador deve estar motivado a resolver uma determinada situação-problema. Normalmente a colocação de um problema é seguida pela formulação de algumas hipóteses.
Usando a sua criatividade, o pesquisador deve observar os factos, colher dados e, então, testar as suas hipóteses, que poderão transformar-se em teorias e, posteriormente, ser incorporadas nas leis que possam explicar e prever os fenómenos.
Porém, é fundamental registar que a ciência não é somente acumulação de verdades prontas e acabadas, mas devemos vê-la como um campo sempre aberto às novas concepções e contestações sem perder de vista os dados, o rigor e a coerência e aceitando que o que prova que uma teoria é científica é o facto de ela ser falível e aceitar ser refutada.
O termo ciência vem do latim, scientia, de sciens, conhecimento, sabedoria. É um corpo de doutrina, organizado metodicamente que constitui uma área do saber e é relativo a determinado objecto.
O que caracteriza cada ciência é o seu objecto formal, ou seja, aquilo que é estudado, porém, o desdobramento dos objetos do saber científico caminhou progressivamente para a especialização das ciências (que marcou bastante o século XIX com o advento da técnica e da industrialização).
1. Levante 10 questões profundas e pertinentes sobre o documentário. 2. Elaboração de uma reflexão crítica sobre o documentário. Na reflexão crítica deve reflectir sobre o documentário, a partir das questões que colocou, também, respondendo às seguintes questões: A. O que é que distingue o conhecimento científico e o conhecimento vulgar (senso comum)? Devem ser explorados dados constantes do documentário. B. O que é que caracteriza a ciência?
Há dias, no percurso que faço a pé para ir comprar jornais (cerca de 500 metros), vi espalhadas no piso das ruas que percorri cerca de uma dúzia de máscaras. Este lixo sólido arremessado para o chão é arrastado pelas águas pluviais, indo para as bacias hidrográficas dos rios, acabando por ir parar aos oceanos. Por exemplo, o plástico como flutua, é aglomerado por correntes marinhas, acumulando-se em ilhas flutuantes de plástico. Neste momento existem cinco grandes ilhas oceânicas de plástico: uma no Oceano Índico, duas no Atlântico (uma a Sul e outra a Norte) e duas no Pacífico (uma a Sul e outra a Norte, tendo esta última uma superfície correspondente a cerca de 18 vezes a superfície de Portugal Continental; isto é, cerca de sete vezes a superfície Reino Unido).
As máscaras e luvas lançadas para o solo, estão a chegar aos oceanos a um ritmo alucinante: cerca de 129 biliões (129.000.000.000.000) de máscaras por mês e cerca de 65 biliões de luvas plásticas por mês. Isto no espaço de um ano, pois esta pandemia foi detectada em Dezembro de 2019. Claro que estando algumas das máscaras carregadas de vírus e (ou) bactérias, estes micróbios podem entrar na cadeia alimentar marinha e chegar ao corpo humano. Este desastre resulta da falta de civismo não só dos portugueses, como também de outros povos.
1. Formular 20 questões pertinentes sobre os conteúdos do documentário.
1.1. Reflectir criticamente sobre cinco dessas questões.
2. Problema: A arte pode contribuir para mudar as sociedades para melhor? Como?
2.1. Exploração do problema: que relações existem entre a arte e a informática? A informática pode contribuir para que a arte possa transformar as sociedades? (Aqui os grupos deverão procurar exemplos significativos (explorando as diversas áreas da informática que tenha a ver com a arte).
2.2. Analisar a forma como a arte pode articular os seguintes temas:
a) a ecologia (sustentabilidade ambiental);
b) os problemas sociais.
(Neste ponto, os grupos devem levantar questões pertinentes e procurar respostas - podem utilizar/explorar as questões formuladas no ponto 1).
II.2.1. Análise pormenorizada de 2 obras de arte apresentadas no documentário.
Forma de apresentação/ resultado final do trabalho:
Os grupos devem elaborar uma apresentação (em PowerPoint, Google Slides, Prezi, vídeo, ou outro suporte) para servir de base a uma exposição oral.
Todos os elementos do grupo devem participar na exposição do trabalho.
“Durante o tempo em que esteve na
prisão de Robben Island, Nelson Mandela encontrou no poema
"Invictus", a força necessária para continuar vivo e manter acesa a
chama da luta contra a desigualdade instituída pelo regime do Apartheid.
Escrito pelo poeta inglês William
Ernest Henley em 1875, o poema foi o grande companheiro de Mandela na pequena
cela 4 da ala B de Robben Island. Condenado a trabalhos forçados, foi na cadeia
localizada numa ilha a 11 quilómetros da Cidade do Cabo, que o líder da luta
contra o Apartheid passou 18 dos 27 anos que esteve preso. Mandela contou que,
cada a vez que fraquejava, lia e relia o poema para aplacar o sofrimento e
encontrar forças para seguir em frente.
‘Invictus’ também é o título do
filme realizado por Clint Eastwood, que conta a história da conquista do título
mundial de Rugby pela seleção da África do Sul durante o Campeonato Mundial
realizado naquele país. Durante a competição, Mandela entrega o poema ao
capitão da seleção sul-africana, para motivá-lo a ganhar a competição. O então
presidente percebia que a vitória poderia unir o país, que ainda enfrentava a
segregação racial.”
Vi novamente o filme
"Invictus" (2009), uma história real sobre o início do governo de
Nelson Mandela. Confesso que me emocionei tanto quanto da primeira vez. Este
filme é baseado no livro "Conquistando o Inimigo" de John Carlin. O
"inimigo" de Mandela neste caso era a poderosa minoria
"branca" da África do Sul.
Ouvimos muito sobre o regime do
Apartheid, mas vendo o filme, ele ganha uma nova dimensão e conseguimos
parcialmente imaginar o quão desafiador o trabalho do Presidente Nelson Mandela
foi, especialmente logo após ser eleito. Ele teve que encarar o desafio de
implantar um regime democrático num país completamente dividido e à beira de
uma guerra civil.
Através do rugby, Mandela inicia
algo aparentemente impossível: estabelecer a união de uma nação tão dividida e
aparentemente "diferente".
Algumas frases do Mandela ecoaram na
minha alma e espero poder um dia viver como ele, sem mágoa em relação aos que o
prejudicaram (esteve 27 anos preso) e principalmente sem nunca desistir dos
seus sonhos e desafios.
O Apartheid (‘separação’) foi um
regime de segregação racial adotado de 1948 a 1994 pelos sucessivos governos do
Partido Nacional na África do Sul, no qual os direitos da grande maioria dos
habitantes foram cerceados pela minoria branca. A segregação racial na África
do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido
como política oficial após as eleições gerais de 1948. A nova legislação
dividia os habitantes em grupos raciais ("negros",
"brancos", "de cor", e "indianos").
Nessa altura, o governo segregou a
saúde, a educação e os outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços
inferiores aos dos brancos.
O apartheid trouxe violência e um
significativo movimento de resistência interna, bem como um longo embargo
comercial contra a África do Sul. Uma série de revoltas populares e protestos
levaram à repressão violenta da oposição e à detenção de líderes
anti-apartheid.
Reformas no regime durante a década
de 1980 não conseguiram conter a crescente oposição, e em 1990 o presidente
Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o Apartheid, o que
culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que
foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson
Mandela.
Algumas palavras de Nelson Mandela:
“O perdão liberta a alma. Ele remove
o medo. Por esta razão é uma "arma" tão poderosa.”
"Ninguém nasce a odiar outra
pessoa pela cor da sua pele, pela sua origem ou ainda pela sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam de
aprender, e se podem aprender a odiar, também podem ser ensinadas a amar."
I – Com base nos textos desta ficha, elaborem uma reflexão crítica sobre o filme ‘Invictus’, desenvolvendo os seguintes tópicos:
a) A importância da igualdade em democracia;
b) A necessidade da luta contra o racismo e todas as formas de intolerância;
c) Uma análise do poema ‘Invictus’;
d) Resposta à questão: O que é que o exemplo de Nelson Mandela nos ensina sobre a forma como nos devemos comportar enquanto seres humanos?
Data de conclusão da reflexão crítica: 19/02/21.
Segunda Parte:
Com base na reflexão crítica, elaborar uma apresentação (em PowerPoint, Google Slides, Prezi, ou noutro suporte) que servirá de base a uma exposição oral do grupo, numa aula síncrona.
Início das apresentações orais: 24/02/21.
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Como fazer?
Uma reflexão crítica é um texto em que se faz a análise de um documento, experiência ou situação, com o objetivo de retirar daí um conjunto de ensinamentos que possam enriquecer os conhecimentos do autor da reflexão e dos seus leitores. Não se trata de procurar os pontos negativos do que se pretende analisar, mas encontrar aí ideias (problemas, conceitos teses, argumentos, factos) que possam ser explorados de forma autónoma e coerente.
O autor da reflexão deve dar a sua opinião sobre os elementos sujeitos a análise, com vista a mostrar qual o seu ponto de vista sobre esses elementos, procurando questionar-se sobre os temas mais importantes para conseguir explicitar o seu pensamento sobre o objecto da sua reflexão crítica.
Assim, a reflexão crítica pode ter a seguinte estrutura:
1. Introdução: breve apresentação daquilo que é objeto da reflexão crítica (neste caso, o filme). Deve ficar explícito o tema central (e/ou problema central) do objeto de reflexão. E deve ser feita uma descrição breve do mesmo.
2. Análise dos conceitos que estão presentes no objeto da reflexão. Esses conceitos devem ser definidos, se possível com recurso a dicionários,
3. Problematização: devem levantar-se questões sobre os conceitos e a forma como eles são apresentados.
4.Argumentação: deve responder-se às questões tendo em conta os dados recolhidos pela análise do objeto da reflexão (o filme), bem como a opinião do autor da reflexão, fundamentada com argumentos coerentes.
5. Conclusão: síntese final do pensamento desenvolvido nos pontos 3 e 4.
Trabalho para as aulas assíncronas: 1 . Elaboração de um mapa conceptual que sistematize os conceitos explicitados na ficha. 2. O quadro "Rapariga com Brinco de Pérola" ,de Vermeer, pode ser considerado uma obra de arte por cada uma das teorias sistematizadas na ficha? Justifiquem a partir da explicação de cada uma das teorias. 3. Qual das três teorias sobre a arte é a melhor?. Porquê? (imitação; expressão e forma significante).