segunda-feira, 6 de outubro de 2014

O Espírito Olímpico e a Ética no Desporto



Olimpismo

O Olimpismo moderno foi concebido por Pierre de Coubertin, por cuja iniciativa se realizou o Congresso Atlético Internacional em Paris em Junho de 1894. Em 23 de Junho de 1894 foi constituído o Comité Olímpico Internacional.

Os primeiros Jogos Olímpicos (Jogos da Olimpíada) da era moderna foram celebrados em Atenas, Grécia, em 1896. Em 1914, foi adoptada a bandeira olímpica, oferecida por Pierre de Coubertin no Congresso de Paris.

Esta é composta por cinco anéis entrelaçados, que representam a união dos cinco continentes e o encontro dos atletas do mundo inteiro nos Jogos Olímpicos. Os primeiros Jogos Olímpicos de Inverno foram celebrados em Chamonix, França, em 1924.

O espírito olímpico - Princípios Fundamentais do Olimpismo

1. O Olimpismo é uma filosofia de vida que exalta e combina de forma equilibrada as qualidades do corpo, da vontade e do espírito. Aliando o desporto à cultura e educação, o Olimpismo é criador de um estilo de vida fundado no prazer do esforço, no valor educativo do bom exemplo e no respeito pelos princípios éticos fundamentais universais.

2. O objectivo do Olimpismo é o de colocar o desporto ao serviço do desenvolvimento harmonioso do Homem com vista a promover uma sociedade pacífica preocupada com a preservação da dignidade humana.

3. O Movimento Olímpico é́ a acção, concertada, organizada, universal e permanente, de todos os indivíduos e entidades que são inspirados pelos valores do Olimpismo, sob a autoridade suprema do Comité Olímpico Internacional (COI). Estende-se aos cinco continentes e atinge o seu auge com a reunião de atletas de todo o mundo no grande festival desportivo que são os Jogos Olímpicos. O seu símbolo é constituído por cinco anéis entrelaçados.

4. A prática do desporto é um direito do homem. Todo e qualquer indivíduo deve ter a possibilidade de praticar desporto, sem qualquer forma de discriminação e de acordo com o espírito Olímpico, o qual requer o entendimento mútuo, o espírito de amizade, de solidariedade e de fair play. A organização, administração e gestão do desporto devem ser controladas por organizações desportivas independentes.

5. Toda a forma de discriminação relativamente a um país ou a uma pessoa com base na raça, religião, política, sexo ou outra é incompatível com a pertença ao Movimento Olímpico.

6. Pertencer ao Movimento Olímpico exige o respeito da Carta Olímpica e o reconhecimento pelo COI.

http://comiteolimpicoportugal.pt/definicao-olimpismo/


Lista das modalidades Olímpicas: Consultar aqui

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VOCÊ É UM DESPORTISTA (de acordo com o espírito olímpico)?

PENSE:
- Como jogador.
1. Você joga pela causa do jogo em si?
2. Você joga pela sua equipa e não por si próprio?
3. Você obedece às ordens do seu capitão sem as criticar?
4. Você aceita a decisão do árbitro como sendo definitiva?
5. Você ganha sem ostentar e perde sem lamentar?
6. Prefere perder do que fazer algo de que não tem a certeza que é justo?

Então, você está no caminho para se tornar um desportista. 

- Como espectador.
1. Você repudia a alegria de jogar bem por parte dos seus oponentes?
2. Você vaia o árbitro quando este toma uma decisão que não é do seu agrado?
3. Você quer ver o seu lado a ganhar mesmo quando o não merece
4. Você discute com os espectadores que apoiam o outro lado? 

Então, você não é um desportista. Tente sê-lo.
In “O Comité Olímpico Internacional e os Jogos Olímpicos da Era Moderna”(1933)


O Olimpismo e a Ética no desporto
Falar-se do maior e mais universal evento em que o binómio Ética - Desporto está presente é falar-se dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Trata-se, aliás, de um fenómeno cujas raízes remontam aos Jogos Olímpicos da Antiguidade, na mítica cidade de Olímpia, na Grécia, cujo primeiro registo remonta ao ano de 776 a.c.
Com efeito, já na Grécia Antiga os Jogos Olímpicos eram preparados, organizados e realizados no quadro de um escrupuloso cumprimento de regras, circunstância que porventura se pode explicar pelo facto de, à época, a unidade cultural da civilização grega se ancorar no grande significado conferido a princípios morais e sociais e a regras, escritas ou não escritas, universalmente aceites.
Ora essa mesma âncora civilizacional era a âncora dos Jogos Olímpicos: o respeito pelo indivíduo, pela sua individualidade, mas também pela sua inserção num contexto coletivo e societário; a proclamação e defesa de valores como a virtude, a tolerância, a honestidade, a justiça, a equidade. A ética e a moral, a estética e a pedagogia, estavam bem disseminados. /.../
Os primeiros “Cânones” ou as primeiras “Leis Fundamentais de Olímpica” tipificavam precisamente a interdição de comportamentos que pusessem em causa as âncoras supra referidas. Com efeito, durante os Jogos Olímpicos da Era Antiga era, designadamente, proibido: (i) Matar o adversário, nomeadamente nas provas de luta ou no boxe, fosse de forma voluntária ou negligente, sob pena de expulsão dos Jogos Olímpicos, perda do prémio e o não reconhecimento da vitória, que seria atribuída ao cadáver da vítima; (ii) Empurrar o adversário ou utilizar algum procedimento desleal; (iii) Recorrer à corrupção e à intimidação a adversários e juízes, sob pena de ser violentado com chicotes de cordas ou de correias; (iv) Manifestar-se em público, contra o veredito dos juízes.
Inevitavelmente, o restabelecimento dos Jogos Olímpicos por parte do Barão Pierre de Coubertin passou por incorporar na normação Olímpica matérias conexas com a Ética no Desporto, tendo como pano de fundo o Olimpismo e expressão prática máxima a realização dos Jogos Olímpicos. Logo em 1908, os (então denominados) “Estatutos do Comité Olímpico Internacional” incorporavam no seu objeto a prossecução das “elevadas ideias” que inspiraram os renovadores dos Jogos Olímpicos, na prossecução de um desporto moderno pelas “vias desejáveis”.
Ao longo das últimas décadas, a legislação Olímpica, progressivamente, foi tornando cada vez mais importante, a diversos títulos, a questão da Ética no Desporto. A Carta Olímpica e o Código de Ética do COI são disso um bom exemplo.
Alexandre Miguel Mestre, prefácio à edição portuguesa da Carta Olímpica (Texto adaptado)


A Ética no desporto
Numa sociedade em que os valores estão em constantes alterações no comportamento de cada indivíduo, a identificação desses mesmos valores nos jovens atletas é de vital importância para melhor se entender o processo pelo qual eles tomam determinadas decisões, em situações desportivas. 
As questões associadas à ética no desporto, e mais especificamente as que dizem respeito ao espírito desportivo e à tolerância, assumem hoje uma importância acrescida. De facto, não podemos negar a importância, nos diversos âmbitos, da prática e do espectáculo desportivo, mas há que reconhecer também que eles se revelam como campos especiais, nos quais,infelizmente, os fins – ganhar – justificam quaisquer meios – violência, a corrupção, a fraude, o querer ganhar a todo e qualquer custo, o doping, a deslealdade, a ausência de espírito desportivo, etc. 
A Ética Desportiva surge como uma estrutura moral que define alguns limites para o comportamento dos desportistas, de forma a preservar um sistema desportivo civilizado. É possível competir respeitando o adversário, reconhecendo o seu valor e competência, vendo-o como um oponente indispensável, sem o qual não existe competição. Vários investigadores defendem que a participação, das crianças e jovens, em actividades desportivas contribui para um desenvolvimento global e harmonioso das mesmas, pelo que se deverá dar atenção à importância do espírito desportivo como componente do processo de desenvolvimento da criança e jovem. 

Ética Desportiva e Fair Play
Aristóteles conferiu a primeira versão sistemática da ética, definindo-a como sendo o compromisso efectivo do homem que o deve levar ao seu perfeccionismo pessoal, é o compromisso que se adquire consigo próprio de ser sempre mais pessoa.
No sentido etimológico a palavra ética “compreende, antes de tudo, as disposições do homem na vida, o seu carácter, os seus costumes, e, naturalmente, também a sua moral”. Outro conceito pode ser atribuído à palavra ética, o qual, no domínio da filosofia, tem por objectivo o juízo de apreciação que distingue o bem e o mal, o comportamento correcto e o incorrecto.
A ética é um ideal que tem sobressaído neste nosso mundo em constante mutação, considerando o
homem como o novo valor absoluto dos tempos modernos e a moral como parte integrante do próprio ser humano.
O desporto é invadido pelos interesses da sociedade, cada vez mais sob a influência dos valores comerciais que muitas vezes o sustentam, vai ter, como tal, cada vez mais de respeitar as regras que norteiam aqueles interesses, mesmo que isso obrigue a algumas transformações da sua prática, em certos casos enraizada através de um passado de largos anos. Ora, esses interesses estarão, por certo, muito pouco preocupados com a ética desportiva.
Não é viável pensar somente em uma ética do desporto, pois uma ética desportiva, desvinculada de
uma ética da sociedade, é impossível, uma vez que o desporto não se manifesta num vácuo social, mas acontece, sim, num contexto sócio-cultural, vinculado a uma ética da sociedade moderna.
A excessiva importância dada à vitória na prática desportiva, principalmente, a partir da profissionalização do desporto e os interesses económicos dos patrocinadores de atletas e eventos desportivos provocou profundas mudanças nas actividades desportivas, as quais passaram a ferir os objectivos estabelecidos quando da criação do desporto moderno. O doping, a violência, as injúrias aos árbitros, o fazer batota, as agressões entre os praticantes devem-se ao reforço do conceito de que a vitória é a única coisa que interessa.
O respeito pelo regulamento das modalidades é o primeiro factor que condiciona as tentativas dos participantes no sentido de serem eles os vencedores, definindo o significado de “ganhar”. Outra limitação aos esforços dos praticantes, no sentido de vencerem as competições em que participam, tem sido a noção de desportivismo ou de ética desportiva. Ideias como as do respeito pelo adversário, a recusa de situações injustas de vantagem, a modéstia no momento da vitória e o facto de se saber perder têm servido, de diferentes maneiras, para se definir aquilo que é melhor e mais civilizado, os limites razoáveis dos esforços para vencer, procurando manter as emoções, associadas às vitórias e às derrotas, sempre sob controlo, mesmo quando elas são muito intensas./.../.
Como já foi referido existem várias interpretações acerca do conceito de ética. A ética associada ao desporto adquire um novo termo Espírito Desportivo - Fair Play.
O fair play significa muito mais do que o simples respeitar das regras; mas cobre as noções de amizade, de respeito pelo outro, e de espírito desportivo, um modo de pensar, e não simplesmente um comportamento./.../.
Tal como refere o Comité Internacional para o Fair Play o espírito desportivo não é uma noção que diz apenas respeito ao desporto, mas o próprio princípio de toda a coexistência e de toda a cooperação entre os Homens. Todo o Homem deveria ter a possibilidade de fazer desporto no quadro do espírito desportivo. Todas as pessoas, seja qual for a sua raça, origem, sexo, idade e capacidades – do profissional ao diminuído físico – deveriam poder praticar desporto segundo as suas necessidades, cultura e capacidades físicas.
Para se familiarizarem com os comportamentos conformes ao espírito desportivo, os Homens devem poder fazer as suas provas em situações que lhes permitam cooperar entre si.
A prática do desporto, num quadro que respeite os princípios da ética desportiva, é, pois, uma meta em si possível, embora bastante difícil, constituindo igualmente uma forma de procurar, com a sua força e com maior abertura revelada pelo praticante desportivo, criar o respeito por valores semelhantes, num cenário de aplicação muito mais amplo.
A promoção e o desenvolvimento da ética desportiva deve-se integrar numa perspectiva de desenvolvimento cultural, educativo e cívico.
O desporto deve proporcionar o prazer e o sucesso, mas não a qualquer preço. Os atletas devem aprender, nas suas actividades desportivas, a não ultrapassar certos limites, a não enganar o concorrente, fazer batota ou mesmo provocar danos corporais. Contudo, isto só pode ser fruto de uma educação sistemática a favor do espírito desportivo.
Carla Marisa Moreira e Gui Duarte Pestana, “Algumas reflexões sobre a ética desportiva”, Revista Motricidade v. 4, n. 3 (2008) 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga

Em 776 a.C., após deixar para trás seis adversários, o grego Corobeu venceu a única prova daquela que ficaria conhecida como a primeira edição dos Jogos Olímpicos. Contrariamente ao que se imagina, não foi uma corrida de longa distância: o cidadão da cidade de Elis percorreu apenas os 192 metros de extensão do estádio de Olímpia, na península do Peloponeso. A ideia de que a maratona foi o primeiro desporto olímpico, portanto, não passa de um mito.
Segundo esse mito, em 490 a.C., durante o período de guerras entre gregos e persas, um corredor chamado Fidípides teria atravessado quase 100 quilómetros entre Atenas e Esparta para buscar ajuda. Outra versão conta que um homem chamado Eucles percorreu a distância entre Atenas e a cidade de Maratona para participar da batalha. Com a vitória dos gregos, ele retornou a Atenas para dar a notícia, um esforço de 40 quilômetros entre ida e volta que lhe teria custado a vida.
Nigel Spivey, professor de Artes Clássicas e Arqueologia na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e autor de The Ancient Olympics (“As Olimpíadas antigas”, inédito em português), afirma que o equívoco pode ser esclarecido ao analisa-se a estrutura social da Grécia antiga. “Isso a que chamamos de corrida de longa distância nunca tinha sido considerado desporto, tendo em vista que o trabalho de levar mensagens entre as cidades era função de servos e escravos.”
Na democracia grega, apenas os homens livres eram considerados cidadãos. Entre os seus direitos estavam as decisões políticas e a participação no exército. Essa natureza bélica, enraizada na própria mitologia, também se relaciona com a atenção dada ao corpo. A prática constante de atividades físicas era a responsável por mantê-los preparados para as guerras – e acabou por dar origem às Olimpíadas. As cidades-estado só alcançavam esse status se oferecessem às suas populações um local para a prática de desportos – o estádio. A partir do século VIII a.C., a Grécia estabeleceu um calendário de competições para motivar os seus “atletas”.
A primazia de Olímpia sobre as demais cidades gregas na organização dos jogos está fundamentada na mitologia. Filho de Zeus, o herói Hércules teria inaugurado os Jogos Olímpicos como forma de comemorar o sucesso de um de seus 12 trabalhos: a limpeza dos estábulos de Audias, rei de Elis. Concretamente, sabe-se que essa lenda foi representada em Olímpia pelo escultor Fídias, que, em 440 a.C., foi o responsável pela construção do mais importante templo em homenagem a Zeus, que se transformou numa das Sete Maravilhas do mundo antigo. A estátua fez com que a cidade se tornasse o principal ponto de encontro dos festivais religiosos. E a proximidade do estádio fez com que Olímpia se destacasse como palco dos desportos.
Por mais de 40 anos, a participação foi restrita a atletas da região. Mas, entre 732 a.C. e 696 a.C., a lista de vitoriosos passou a incluir cidadãos de Atenas e Esparta. E, a partir do século VI a.C., os jogos passaram a receber inscrições de qualquer homem que falasse grego, fosse ele da Península Itálica, do Egipto ou da Ásia. “Participar de torneios como aqueles não era, de facto, apenas competir”, afirma Nigel Spivey. “Os atletas dirigiam-se para as Olimpíadas antigas com o interesse de ganhar e ser reconhecidos como os melhores.”
Ao longo dos anos, diversas cidades-estado passaram a realizar as suas próprias disputas, que também tinham uma forte dimensão religiosa. Como forma de homenagear a deusa Atena os chamados Jogos Panatenáicos foram instituídos em Atenas em 566 a.C., mas acabaram ofuscados por outros torneios. Esse novo circuito de competições, conhecido como Jogos Sagrados, era sediado em Olímpia e Delfos – a cada quatro anos – e em Corinto e Nemea – a cada dois anos.

BIGAS E SANGUE
Embora a primeira Olimpíada tenha acolhido apenas uma competição, novas categorias foram incluídas ao longo dos mais de mil anos do evento como forma de disputa política e militar. As corridas de biga, inicialmente com quatro cavalos, inauguraram um novo espaço de competições, o hipódromo, em 680 a.C., data da 25a edição dos jogos. Diversos personagens históricos protagonizaram embates nessa modalidade. O político Alcibíades, amigo e entusiasta de Sócrates, participou da corrida de 416 a.C. com nada menos que sete bigas. Segundo o historiador Tucídides, conquistou o primeiro, o segundo e o quarto lugares. Em 67 d.C., já sob o domínio romano, os gregos assistiram ao imperador Nero ser coroado vencedor mesmo sem ter cruzado a linha de chegada com a sua biga puxada por dez cavalos. Combates corporais também fizeram parte do calendário olímpico da Antiguidade. Uma das modalidades, conhecida hoje como luta greco-romana, já fazia parte do treino físico dos jovens da Grécia desde o século X a.C. Os primeiros vestígios da inclusão dessa luta numa Olimpíada datam de 400 anos depois: foram encontrados em fragmentos de uma placa de bronze. Para vencer a luta, não havia contagem de tempo. As categorias eram divididas por idade. Era preciso atirar o oponente ao chão pelo menos três vezes — sem partir os dedos do adversário.
O boxe também foi disputado. Um busto representando um lutador de 330 a.C. dá conta da violência da modalidade – há inúmeras cicatrizes na imagem de bronze. Não havia luvas, rounds ou regras claras para aliviar o sofrimento dos competidores. O orador João Crisóstomo registou em dois discursos que um tal Melancomas, morador de Caria (localizada na costa da Ásia Menor), teria sido o maior pugilista do primeiro século da era cristã.
A luta mais cruel da competição, porém, foi introduzida no calendário cerca de 100 anos depois da primeira Olimpíada. Para que se tenha ideia, os combatentes do chamado pancrácio eram punidos pelos juízes só em caso de mordeduras ou quando um deles arrancasse um olho ao adversário. O vencedor acabava venerado pela plateia mesmo quando provocava a morte do oponente.
Conjunto de cinco categorias, o pentatlo era disputado em provas de corrida, salto, luta, arremesso de disco e arremesso de dardo. Respectivamente, corridas e lutas abriam e encerravam o conjunto de provas – com algumas regras próprias, ambas as categorias também eram disputadas fora do pentatlo. Na corrida, a distância mais curta envolvia um trajeto de cerca de 200 metros, equivalente ao comprimento dos estádios.
Na mais longa, os atletas disputavam a liderança em 24 voltas pelo perímetro do local ou 5 mil metros.
Os jogos da Antiguidade eram violentos. Muitas vezes, serviram para simular batalhas militares. A morte de atletas chegou a ser registada. A despeito das condições climáticas e mesmo de higiene, sabe-se que os atletas competiam nus. Historiadores antigos registram que essa tradição teria começado em 720 a.C., quando um indivíduo chamado Orsipos, de Megara, venceu uma prova de corrida ao notar que a sua performance seria melhor se ele tirasse as suas roupas pelo trajeto. A própria palavra “ginástica” tem o termo “nudismo” em seu radical grego gymnos – o que explicaria a proibição de mulheres, fosse como atletas, fosse como espectadoras.
Por mais sangue que tenha sido derramado, os atletas jamais abriram mão de alguma ambição pela vitória. Nem mesmo durante as guerras, ou quando a Grécia esteve sob domínio dos macedônios e dos romanos, as competições desportivas deixaram de ser realizadas. Os jogos, contudo, entraram em declínio na segunda metade do século IV.
Durante o domínio do imperador Teodósio, em 380 o cristianismo foi anunciado como religião oficial do Império Romano, fazendo com que, 13 anos depois, todos os centros desportivos e religiosos que abrigavam festas pagãs fossem fechados. Era o fim dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, que só viriam a ganhar uma versão moderna cerca de l 500 anos mais tarde.
CRONOLOGIA
  • 2500/2000 a. C. – Primeiras competições olímpicas
  • 580 a.C. – Sólon promulga uma lei em Atenas, dispondo que cada vencedor olímpico recebesse 500 dracmas
  • 520 a. C. – O programa dos Jogos Olímpicos se estabiliza, com sete dias de duração
  • 420 a. C. – Exclusão de Esparta dos Jogos Olímpicos
  • 388 a. C. – Na XCVIII Olimpíada, o primeiro caso de alteração de resultado: o pugilista Eupolos compra três adversários para ganhar o título
  • 313 a. C. e 210 a.C. – Saques contra a cidade de Olímpia
  • 395 – Os godos destroem Olímpia
  • 1896 – O barão de Coubertain recria em Atenas as Olimpíadas 






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