quarta-feira, 9 de março de 2016

11K - Trabalho sobre a família





Análise dos filmes "Million Dollar Baby" e "O Escafandro e a Borboleta".

1. Introdução.
Em aula visualizámos os dois filmes e refletimos sobre o problema da eutanásia.
Neste trabalho iremos proceder a uma análise comparativa dos filmes, centrada nas personagens principais de cada um dos filmes (Maggie e Jean-Dominique Bauby) e no seu enquadramento familiar.


2. Tarefa.
O principal objetivo do trabalho é responder à seguinte questão:

- Porque é que Maggie quis morrer e Jean-Dominique Bauby conseguiu dar sentido à sua experiência e à sua vida depois de ter ficado paralisado?

Para responder à questão o grupo irá explorar seguir as seguintes etapas:
1. Analisar a situação existencial de cada uma das personagens (elaborar uma ficha biográfica que incorpore parâmetros como, sexo, idade, percurso de vida, educação (nível cultural) e o enquadramento familiar e as perspectivas de futuro).
2. Construir um mapa da situação familiar de cada uma das personagens (o mapa da constelação familiar que incorpore os seus relacionamentos familiares - afetivos).
3. Elaborar uma hipótese de resposta, fundamentando-a argumentativamente. A elaboração da hipótese pode partir do confronto dos pontos 1 e 2 com os recursos.
4. Testar a hipótese com base na análise dos recursos disponibilizados.
4.1. Os recursos devem ser analisados e a informação neles contida deve ser seleccionada e sintetizada (sob  forma de mapas conceptuais). Os grupos deverão incorporar no seu trabalho o máximo de informação recolhida nos recursos.

O resultado final do trabalho deve assumir a forma de uma apresentação à turma, onde serão usados os seguintes instrumentos (a infografia e os mapas conceptuais podem ser inseridos na apresentação em PowerPoint ou Prezzi):
a) PowerPoint ou Prezzi;
b) Mapas conceptuais.
Todos os elementos do grupo devem intervir na apresentação oral do trabalho à turma.

3. Processo.

1. Em primeiro lugar irão constituir-se os grupos (de 3 elementos).
2. Depois os grupos irão organizar-se,
    2.1. distribuindo tarefas e cargos;
   2.2. construindo fichas de apoio ao trabalho (1 grelha para planificar as tarefas de cada aula e anotar a sua execução + outros instrumentos que se venham a mostrar necessários, ligados, por exemplo à guarda e partilha dos resultados do trabalho - cada grupo deve, no início de cada aula, ter todos os materiais já produzidos e necessários à continuação do trabalho). Em cada aula o grupo terá que elaborar uma síntese do trabalho realizado (ata).
   2.3. No final do trabalho o grupo produzirá um relatório de autoavaliação que será elaborado com base na grelha de planificação/registo.
3. Elaboração do trabalho tendo em conta as instruções inseridas no ponto 2.

Durante a fase de elaboração do trabalho:
- o comportamento de cada um dos elementos do grupo será creditado a todo o grupo;
- todos os elementos do grupo devem estar a trabalhar em aula (se concluírem uma tarefa que lhe tenha sido atribuída, devem dedicar-se a uma nova).
- todos os elementos do grupo devem estar informados daquilo que estiver a ser feito pelos outros elementos do grupo - pelo que têm que existir momentos de partilha/confronto de informação.
- Se algum membro do grupo faltar, o grupo deve distribuir-lhe tarefas que compensem a falta.
- A duração prevista do trabalho é de 3 aulas de 90 minutos, podendo ser alargado se se vier a mostrar necessário.

4. Recursos:

Teóricos:
A importância do afeto no desenvolvimento do ser humano:

A família e o desenvolvimento da autoestima:

O desamparo aprendido:

O Parentesco:

Metodológicos:


5. Avaliação.

A. Trabalho em aula - Peso = 40%.

1. Programação das tarefas: 10%.
2. Envolvimento de todos os elementos do grupo no trabalho (ao longo de toda aula): 25% (se algum elemento do grupo não estiver a trabalhar de forma consistente, será atribuída uma classificação de zero a este item).
3. Qualidade do trabalho realizado - 25%.
4. Distribuição de tarefas: 10%.
5. Quantidade do trabalho realizado: 15%.
6. Interação com o professor (colocação de dúvidas; apresentação de sugestões; pedidos de revisão de produtos realizados/em realização, etc.): 15%.

B. Produtos do trabalho (Apresentação em PowerPoint + mapas conceptuais) - Peso = 35%

1. Rigor dos conceitos - 10%;
2. Qualidade da expressão escrita - 15%;
3. Estrutura argumentativa - qualidade dos argumentos - 20%;
4. Recolha, tratamento e apresentação da informação - 25%;
5. Design/qualidade estética - 30%.

C. - Apresentação oral dos resultados do trabalho à turma - Peso = 25%.

6. Conclusão.

sábado, 5 de março de 2016

Nelson Évora: um atleta visto por dentro

Reportagem do Jornal Público online (Ed. de aniversário)
Nelson Évora fez uma ressonância magnética na Fundação Champalimaud. Nas imagens a preto e branco, não encontrámos a sua confiança, nem medimos o tamanho e força que terá. Simplesmente, porque isso não é possível. Ainda.

Córtex pré-frontal, ou mais precisamente córtex orbitofrontal, é o nome de uma das regiões do cérebro onde muitos cientistas procuram os possíveis sinais da confiança. Fica mesmo atrás dos nossos olhos. Aparentemente, essa é uma das zonas onde será possível observar os disparos dos nossos neurónios quando estão envolvidos numa decisão que tomamos com confiança. Mas, seguramente, não será a única. As imagens da ressonância magnética de Nelson Évora mostram um bonito cérebro a preto e branco, mas, para já, não nos dão pistas sobre a sua confiança. Resta-nos confiar nas suas palavras.


Zachary Mainen é coordenador de uma equipa de investigadores do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud. Antes da realização da ressonância magnética, Zachary explicou a Nelson Évora que seria impossível tirar alguma conclusão do exame.

E agora? “Estamos a tentar traduzir isto para as pessoas”, diz Zachary Mainen. Para já, observam-se apenas as respostas e o comportamento sem recurso a qualquer técnica para medir a actividade cerebral. “Pusemos humanos no mesmo tipo de testes que fizemos com os ratos. Colocámos as pessoas perante uma situação em que tinham de tomar uma decisão, variámos a dificuldade dessa decisão. Perguntámos a estas pessoas se estavam dispostas a esperar para ter a recompensa que, neste caso, eram pontos num jogo no computador”, explica o investigador. E quais foram os resultados preliminares deste jogo que se faz num pequena sala da Fundação Champalimaud, com meia dúzia de computadores e divisórias no meio de cada um deles? “As pessoas fizeram coisas muito parecidas com os ratos. O que não nos surpreendeu, porque era o correcto a fazer. Mas o que estávamos a tentar era ver se conseguíamos brincar com a sua confiança. Dizer-lhes que estavam certos quando estavam errados e vice-versa. Ver como isso mudava o seu comportamento, a decisão”, conta. E conseguiram? “Quando olhámos para o tempo de espera, sim, altera-se. Mas também lhes pedimos para classificar a sua confiança (de 1 a 10). E isso não mudou.”

A experiência assenta num jogo de letras que aparecem num computador, seguido de algumas perguntas sobre o que se acabou de passar. Depois, faz-se também a já referida pergunta: De 1 a 10 qual a sua confiança/certeza na resposta?

A confiança não é uma função. Como ver, ouvir… ou saltar. É um sentimento vulnerável a muitas coisas e envolve outras tantas. Já para não falar no que quer dizer a palavra. Pode ser a confiança numa decisão, numa pessoa. Em inglês há até duas palavras diferentes para algo muito semelhante: confidence e trust. Pode existir (ou não) numa decisão individual ou tratar-se de um traço de personalidade.

Tal como explica Zachary, uma coisa é falar sobre a confiança a nível individual, numa decisão específica, outra será falar num traço de personalidade. Para já, o investigador concentra-se na “microconfiança”, um termo inventado por si. “O que estamos a estudar no laboratório são as decisões mais pequenas, as microdecisões, e já sabemos alguma coisa sobre isto. Sabemos menos sobre o traço de personalidade da confiança. Mas começamos a achar que provavelmente estão relacionadas. Nos últimos anos tentámos explorar essa possível relação entre as duas”, diz. Às vezes a confiança também é traduzida como certeza.

Mas essa relação existe no cérebro? Há um território comum, uma mesma região onde há sinais da actividade cerebral para uma “microdecisão” ou um traço de personalidade? “É uma questão importante. Pensamos que a decisão e a confiança acontecem em quase todas as partes do cérebro, em certo sentido. Nos sentidos, na visão, outras experiências sensoriais, na parte do cérebro que está envolvida nas acções. Todas as regiões do cérebro têm uma razão, um motivo para se preocupar com a certeza ou a incerteza.”

Um dos próximos passos da investigação da equipa de neurociências da Fundação Champalimaud passa precisamente por explorar esta possível relação entre a confiança numa decisão e o traço de personalidade. Os eventuais pontos comuns entre estar e ser confiante. “Estamos a tentar perceber se conseguimos identificar qualquer coisa geral, comum para diferentes tarefas. Podemos pensar que a opção por esperar é um sinal, ou falar em público outro sinal. São diferentes maneiras de expressar a confiança. Podemos alterar um destes comportamentos sem afectar os outros? Estamos a tentar testar isso pondo as pessoas a desempenhar várias tarefas e ver o que acontece. Ver o que se passa quando falamos em público e, de repente, perdemos a confiança ou se somos um atleta e estamos prestes a saltar e perdemos a confiança. Achamos que a perda de confiança pode ser algo global, geral, e que afecta todas as tarefas que nos foram pedidas naquele momento. Achamos que pode haver uma raiz comum”, adianta Zachary Mainen.

Segundo Zachary, no campo comportamental, há estudos que demonstram que o cérebro parece até saber em que sentido confiar quando existem informações que parecem contraditórias. “Por exemplo, se queremos saber o que se passa à nossa frente para dar um simples passo e está muito nevoeiro? O nosso cérebro vai recorrer a outros sentidos como a audição para nos dar (ou não) a confiança para tomar essa decisão. E isso também envolve memória vs experiência.”

A confiança será, então, o resultado de uma combinação de vários acontecimentos neurológicos. “Qualquer pedaço de actividade no cérebro que está relacionada com um processo de memória, acção, ou outras coisas pode também ter presente a confiança nessa informação. Uma fraca actividade pode querer dizer menos certeza e maior actividade mais certeza. Assim, a natureza da acção será onde está no cérebro e a confiança/certeza sobre ela será sobre quantos neurónios estão a disparar, por exemplo. Ou a que velocidade estão a disparar. Achamos que é um código que é importante para todos os aspectos da função cerebral.” É difícil isolar a confiança. Ou, como diz Zachary Mainen, encontrar a sua assinatura. Nelson Évora fez questão de se preparar para a tarefa de dirigir o jornal. Confirma que fez os trabalhos de casa e pesquisou alguns assuntos. O cérebro foi um deles.

Zachary Mainen é um dos muitos investigadores que querem saber mais. Apesar dos avanços nas técnicas de imagens que nos permitem hoje espreitar para dentro dos nossos cérebros e decifrar coisas absolutamente incríveis, falta aprender muito. “No laboratório, em animais, observámos neurónios individuais, células individuais. Quando olhamos para uma ressonância magnética, olhamos para milhões de células ao mesmo tempo. Surpreendentemente, já é o suficiente para retirar informações fantásticas. Somos, por exemplo, capazes de dizer, olhando imagens e analisando dados, em que é que alguém está a pensar. Um objecto. Isso já é possível. Somos constantemente surpreendidos com o que se consegue fazer com estas técnicas. Embora a informação seja ainda muito crua, os métodos de análise são hoje muito sofisticados e rápidos”, constata.

Isso quer dizer que um dia seremos capazes de dizer de forma definitiva onde mora a confiança no cérebro? Seremos capazes de um dia olhar para um cérebro e dizer: "Esta pessoa é confiante"? “É possível. Não é impossível. Não conseguimos fazer isso agora. Provavelmente, não será nada tão simples como algo que se possa ver pelo tamanho de uma região, mas, repito, é impressionante o que conseguimos ver. Principalmente, quando sabemos de que é que estamos à procura e quando concebemos um estudo de forma adequada”, arrisca Zachary. E remata: “Não posso fazer esse anúncio neste momento, mas provavelmente vai acontecer. O cérebro é um mar gigantesco.” Ou um universo, diz Nelson Évora.

Por todo o mundo, teimosamente, os investigadores tentam desvendar mais um ou outro pequeno mistério do cérebro. Quando perguntamos porque optou por se dedicar à confiança e não ao amor, à felicidade ou a outro sentimento qualquer, Zachary sorri. Diz que a ciência tem muito disso, confiança. “Acontece muitas vezes como resultado de uma escolha baseada na certeza, na confiança.” E, por vezes, essas decisões são tomadas sem determinantes dados estatísticos.

os estudos que associam a confiança e o cérebro há outra frente que tem tido muita visibilidade. Apesar de não procurar uma morada concreta, explora as formas de conseguir chegar até à confiança.

É o caminho da química da confiança. Vários estudos publicados nas mais reputadas revistas científicas revelam que a oxitocina (conhecida pela "hormona do amor", nos meios menos científicos) pode influenciar a nossa capacidade de estarmos, ou sermos, mais ou menos confiantes. A oxitocina, que a maioria das pessoas associa ao momento de um parto, pois ajuda a estimular as contracções, é produzida no cérebro e, segundo várias pesquisas, desencadeia outros efeitos interessantes. É o que dizem experiências tão simples (ou complexas) como, por exemplo, vaporizar alguém com um composto com oxitocina. Aparentemente, isso fará aumentar a capacidade de essa pessoa confiar noutra. Aliás, no limite, será mesmo capaz de nos fazer apaixonar por alguém, dizem alguns investigadores mais entusiasmados.

Zachary Mainen não parece muito interessado nesta frente química da confiança, nem na hormona do amor. Porém, se falarmos no célebre neurotransmissor da serotonina (associado à sensação de bem-estar), já é outra história. Há pouco mais de um ano, o investigador assinou um artigo com outros colegas da Fundação Champalimaud no qual demonstrava que o aumento de serotonina no cérebro torna os ratinhos mais pacientes, como noticiou o PÚBLICO. Quanto mais serotonina um ratinho tiver no cérebro, maior o tempo que consegue esperar pacientemente por uma recompensa, concluíam os neurocientistas Madalena Fonseca, Masayoshi Murakami e Zachary Mainen no artigo publicado na revista Current Biology. É mais uma conclusão que se retira do jogo com os ratos, os tempos de espera e as recompensas. Desta vez, o trabalho centrou-se na relação de uma das principais substâncias químicas envolvidas na transmissão da informação no cérebro com o adiamento de uma decisão. Estabeleceu-se uma ligação entre a serotonina e a paciência. Algo que, admite, pode também vir a ser associado à confiança.

Certeza, segurança, firmeza são alguns dos sinónimos de confiança. Há mais um que o cientista António Damásio, um dos mais conhecidos investigadores do cérebro e divulgadores de ciência, junta a esta lista: intuição. “A confiança é um assunto problemático. É, na verdade, um sentimento que acompanha a consideração de uma ideia, ou de um facto, ou de uma decisão. Tecnicamente, devia resultar de uma análise da informação a favor ou contra essa ideia, facto ou decisão, mas na maior parte das vezes, mais do que uma análise cuidada, o que realmente se passa é que existe um sentimento, mais ou menos forte, a favor ou contra. É nesse sentido comparável à intuição”, defende António Damásio numa breve resposta enviada por email ao PÚBLICO, que o questionou sobre este tema.

Ainda é cedo para indicar a morada da confiança no nosso cérebro. O que temos de mais imediato e seguro para avaliar a confiança de alguém é mesmo a observação do seu comportamento, dos seus gestos, da sua voz, da hesitação, dos tiques que a denunciam. Nelson Évora admite que, muito provavelmente, quando hesita e a confiança falha, faz como muitas outras pessoas e coça a cabeça. Quando conversou com o PÚBLICO, não o fez uma única vez. E, na ausência de respostas mais definitivas da ciência, o que nos serve hoje para percebermos se aquela pessoa é ou não confiante, está ou não confiante é o que vemos, ou seja, o que está mesmo à frente, e não atrás, dos nossos olhos.
http://www.publico.pt/ciencia/noticia/e-se-a-confianca-estiver-mesmo-atras-dos-nossos-olhos-1725116#

sexta-feira, 4 de março de 2016

As Emoções e a Inteligência Emocional



O que são as Emoções?

Devido à complexidade das emoções, não é fácil apresentar uma definição. 
“A palavra emoção traz, em geral, à mente uma das seis emoções ditas primárias ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou aversão.” /António Damásio.
Os afetos são algo que se exprime através das emoções e que remete para o passado. 
Antigamente as emoções eram interpretadas como um obstáculo ao funcionamento adequado do nosso pensamento e da razão.
Só passaram então a ser interpretadas como processos fundamentais no ato de decidir, devido a investigações realizadas por António Damásio.
As emoções podem ser interpretadas através da alteração do tom de voz, das expressões faciais, da postura corporal, e estão presentes nas interações sociais.
Têm um papel fundamental sobretudo no início da vida, pois quando nasce um ser humano, este não possui qualquer capacidade para se fazer entender e para expressar as suas necessidades e desejos, senão através do choro ou com movimentos não coordenados e globais. 
O conceito de afetividade engloba todos os "estados de alma", como a emoção, os sentimentos, as paixões ou o humor.
Os afetos são um conjunto de reações que nos ligam aos outros e às coisas que nos rodeiam. São também algo que remete para o passado e que é expresso através das emoções.
As emoções concretizam-se no presente de forma intensa e manifestam-se através de modificações fisiológicas.
Estas reações têm raízes profundas nos instintos e no inconsciente. Há que distinguir emoção e sentimento:
                  • A Emoção, que é um estado temporário, marcado por modificações fisiológicas. Trata-se de uma resposta biológica do organismo a um estímulo do meio.
                  • O Sentimento, que é um estado mais duradouro que a emoção. As modificações fisiológicas são menos acentuadas, reportam-se ao nosso interior, são privados e prolongam-se no tempo, não estando relacionados, como as emoções, a uma causa imediata.
Falar de afetos é falar da relação.  A relação implica uma troca, em que se dá e se recebe, o que envolve sempre modificação dos elementos envolvidos. Nestas relações somos afectados pelos outros e afectamo-los.
Os afetos que se estabelecem constroem a matriz da nossa vida pessoal. A nossa sobrevivência psicológica funda-se nas relações interpessoais.
As emoções constituem um aspecto muito complexo do ser humano e são objecto de várias interpretações que se organizam em várias perspectivas.
Estas perspectivas dão-nos a conhecer a natureza e a génese das emoções.


Teorias da emoção

Perspectiva Evolutiva
Foi desenvolvida por Charles Darwin, que, através da comparação de expressões de emoções humanas com as dos animais, identificou seis emoções primárias ou universais: a alegria, a tristeza, a cólera, o desgosto, a surpresa e o medo.
Darwin considerou que as emoções têm um papel adaptativo fundamental na história da espécie humana, sendo estas determinantes na capacidade de sobrevivência do ser humano.
Ao investigar junto de culturas muito diferentes, Ekman confirmou a tese de Darwin, afirmando que há emoções que são universais e que não dependem dos processos de aprendizagem e da cultura em que são manifestadas. Mesmo assim Ekman, não nega que a cultura influencie as emoções, na medida em que existem regras que controlam a sua expressão.

Perspectiva Fisiológica
Foi desenvolvida por William James, que considera que para haver emoção, esta tem que ser provocada por determinados estímulos. Inicialmente os estímulos estão ligados a respostas físicas que só depois são interpretadas como emoções.
Esta perspectiva tem como fundamento a relação que se estabelece entre o corpo e a mente. A mente influencia o corpo e o corpo também influencia a mente.
William James, acha que se retirarmos do comportamento as componentes fisiológicas que acompanham uma emoção forte, no fim nada resta de emoção. Ficamos apenas com uma percepção cognitiva.
“Se perdesse a faculdade corporal de sentir, ficaria excluído da vida afectiva, terna e intensa, e reduzido a uma existência de forma puramente cognitiva e intelectual.”/ William James.

Perspectiva Cognitivista
Os defensores desta perspectiva, defendem que os processos cognitivos, como as recordações, percepções e aprendizagens, são elementos fundamentais para se perceber as emoções.
Acham então, que estes factores de ordem cognitiva é que explicam os estados emocionais: é o modo de como se encara a situação, de como é interpretada e avaliada, que causa a emoção, e não o acontecimento em si.
A alegria, o medo e a cólera dependem da interpretação da situação feita pelo sujeito. 
Esta interpretação depende dos quadros cognitivos, da história pessoal do individuo e do seu contexto de vida.
Alguns críticos consideram que não é necessário estar na posse de aptidões cognitivas desenvolvidas, para sermos capazes de exprimir emoções, pois os recém-nascidos têm essa capacidade mesmo antes de poderem reconhecer qualquer estímulo visual.

Perspectiva Culturalista
Para os defensores desta perspectiva, as emoções são comportamentos aprendidos no processo de socialização. Consideram que as emoções são uma construção social e que tal como a linguagem têm de ser aprendidas.
Cada cultura tem diferentes formas de exprimir as emoções e estas variariam no espaço e no tempo.
As culturas e sociedades diferentes têm um conjunto de regras que determinam o tipo de emoções que podem ser manifestadas em determinadas situações ou acontecimentos, e os determinados comportamentos para exprimi-las.
Esta perspectiva nega a existência das emoções universais: às diversas culturas corresponde uma diversidade de emoções e respectivas expressões.

A inteligência emocional

Cada vez mais o sucesso depende de outros factores além da inteligência e espírito de trabalho. As relações interpessoais, a capacidade de trabalho em grupo, a capacidade de ouvir e de se colocar na posição de outros, a capacidade de ouvir a nossa consciência tornaram-se fundamentais num mundo cada vez mais ligado por redes e em que cada vez mais o trabalho é tarefa de uma equipa. Para ter sucesso, além de inteligência "intelectual" é necessário ter também inteligência emocional.
A pedra basilar da inteligência emocional é a autoconsciência, isto é, o reconhecimento de uma emoção enquanto ela decorre. A emoção desempenha um papel crucial na nossa navegação pelas decisões que temos que tomar. Todos nós sentimos por vezes sinais intuitivos sobre as escolhas que devemos fazer, eles são uma espécie de sinais que nos alerta para o perigo potencial mas também nos alerta para oportunidades de ouro. Segundo Daniel Goleman, "a chave para tomar boas decisões pessoais é ouvir as emoções".
O objectivo é o equilíbrio e não a supressão das emoções. Todos as emoções têm o seu valor e significado. Controlar as emoções é a chave para o bem-estar emocional. Há emoções que desestabilizam as pessoas, como a raiva, a ansiedade ou a melancolia e que podem ser combatidos, por exemplo, minando as suposições irreais que alimentam a raiva, ser céptico relativo às dúvidas que causam a ansiedade ou praticar exercício físico, jogos, etc., ou engendrar um pequeno triunfo, que ajude a eliminar a melancolia.

A motivação intrínseca
É muito importante que as pessoas se sintam motivadas. Quanto mais motivadas e persistentes forem, maior capacidade e potencialidade terão para atingir os seus objectivos. O controlo emocional - adiar a recompensa e dominar a impulsividade - está subjacente a qualquer realização. Uma fonte de optimismo e persistência pode muito bem ser um comportamento inato, no entanto pode também ser adquirido pela experiência. Seja qual for a sua origem está-lhe subjacente a ideia de auto-eficácia, a convicção que  se domina os acontecimentos da própria vida e se é capaz de vencer os desafios. O desenvolvimento de uma aptidão, ao tornar a pessoa mais apta e mais disposta a correr riscos e a procurar desafios, reforça o sentimento de auto-eficácia.

Reconhecer as emoções dos outros
A empatia, habilidade de reconhecer o que os outros sentem, desempenha um papel fundamental numa vasta gama de áreas da vida. Nasce da autoconsciência. Só sendo capazes de reconhecer as nossas próprias emoções seremos capazes de reconhecer as dos outros.
Uma vez que 90% da comunicação é não verbal, devemos estar particularmente atentos a estas pois é extremamente reveladora das emoções do seu emissor. As pessoas empáticas são mais sensíveis a esses sinais que indicam aquilo de que os outros necessitam e tornam-se mais aptas para profissões que envolvam contacto e negociações com outras pessoas, tais como a medicina, por exemplo.

Gerir relacionamentos
A arte de nos relacionarmos com os outros é também a aptidão de gerir as emoções dos outros, que está na base  da popularidade, da liderança e da eficácia interpessoal. Gerir as emoções dos outros requer a maturação de duas habilidades emocionais: autocontrolo e empatia. 
http://student.dei.uc.pt/~mafonso/ge/IntEmoc.html

quinta-feira, 3 de março de 2016

11L -Trabalho sobre a família





Análise dos filmes "Million Dollar Baby" e "O Escafandro e a Borboleta".

1. Introdução.
Em aula visualizámos os dois filmes e refletimos sobre o problema da eutanásia.
Neste trabalho iremos proceder a uma análise comparativa dos filmes, centrada nas personagens principais de cada um dos filmes (Maggie e Jean-Dominique Bauby) e no seu enquadramento familiar.


2. Tarefa.
O principal objetivo do trabalho é responder à seguinte questão:

- Porque é que Maggie quis morrer e Jean-Dominique Bauby conseguiu dar sentido à sua experiência e à sua vida depois de ter ficado paralisado?

Para responder à questão o grupo irá explorar seguir as seguintes etapas:
1. Analisar a situação existencial de cada uma das personagens (elaborar uma ficha biográfica que incorpore parâmetros como, sexo, idade, percurso de vida, educação (nível cultural) e o enquadramento familiar e as perspectivas de futuro).
2. Construir um mapa da situação familiar de cada uma das personagens (o mapa da constelação familiar que incorpore os seus relacionamentos familiares - afetivos).
3. Elaborar uma hipótese de resposta, fundamentando-a argumentativamente. A elaboração da hipótese pode partir do confronto dos pontos 1 e 2 com os recursos.
4. Testar a hipótese com base na análise dos recursos disponibilizados.
4.1. Os recursos devem ser analisados e a informação neles contida deve ser seleccionada e sintetizada (sob  forma de mapas conceptuais e/ou infografias - o grupo deve elaborar pelo menos uma infografia). Os grupos deverão incorporar no seu trabalho o máximo de informação recolhida nos recursos.

O resultado final do trabalho deve assumir a forma de uma apresentação à turma, onde serão usados os seguintes instrumentos (a infografia e os mapas conceptuais podem ser inseridos na apresentação em PowerPoint ou Prezzi):
a) PowerPoint ou Prezzi;
b) Infografia(s);
c) Mapas conceptuais.
Todos os elementos do grupo devem intervir na apresentação oral do trabalho à turma.

3. Processo.

1. Em primeiro lugar irão constituir-se os grupos (de 3 elementos).
2. Depois os grupos irão organizar-se,
    2.1. distribuindo tarefas e cargos;
   2.2. construindo fichas de apoio ao trabalho (1 grelha para planificar as tarefas de cada aula e anotar a sua execução + outros instrumentos que se venham a mostrar necessários, ligados, por exemplo à guarda e partilha dos resultados do trabalho - cada grupo deve, no início de cada aula, ter todos os materiais já produzidos e necessários à continuação do trabalho). Em cada aula o grupo terá que elaborar uma síntese do trabalho realizado (ata).
   2.3. No final do trabalho o grupo produzirá um relatório de autoavaliação que será elaborado com base na grelha de planificação/registo.
3. Elaboração do trabalho tendo em conta as instruções inseridas no ponto 2.

Durante a fase de elaboração do trabalho:
- o comportamento de cada um dos elementos do grupo será creditado a todo o grupo;
- todos os elementos do grupo devem estar a trabalhar em aula (se concluírem uma tarefa que lhe tenha sido atribuída, devem dedicar-se a uma nova).
- todos os elementos do grupo devem estar informados daquilo que estiver a ser feito pelos outros elementos do grupo - pelo que têm que existir momentos de partilha/confronto de informação.
- Se algum membro do grupo faltar, o grupo deve distribuir-lhe tarefas que compensem a falta.
- A duração prevista do trabalho é de 3 aulas de 90 minutos, podendo ser alargado se se vier a mostrar necessário.

4. Recursos:

Teóricos:
A importância do afeto no desenvolvimento do ser humano:

A família e o desenvolvimento da autoestima:

O desamparo aprendido:

O Parentesco:

Metodológicos:


5. Avaliação.

A. Trabalho em aula - Peso = 40%.

1. Programação das tarefas: 10%.
2. Envolvimento de todos os elementos do grupo no trabalho (ao longo de toda aula): 25% (se algum elemento do grupo não estiver a trabalhar de forma consistente, será atribuída uma classificação de zero a este item).
3. Qualidade do trabalho realizado - 25%.
4. Distribuição de tarefas: 10%.
5. Quantidade do trabalho realizado: 15%.
6. Interação com o professor (colocação de dúvidas; apresentação de sugestões; pedidos de revisão de produtos realizados/em realização, etc.): 15%.

B. Produtos do trabalho (Apresentação em PowerPoint + infografias e mapas conceptuais) - Peso = 35%

1. Rigor dos conceitos - 10%;
2. Qualidade da expressão escrita - 15%;
3. Estrutura argumentativa - qualidade dos argumentos - 20%;
4. Recolha, tratamento e apresentação da informação - 25%;
5. Design/qualidade estética - 30%.

C. - Apresentação oral dos resultados do trabalho à turma - Peso = 25%.

6. Conclusão.
Relatório do trabalho:
O grupo pode preencher o formulário, ou aceder ao seguinte link:
http://goo.gl/forms/ybXm0fQgH2

A Família - introdução


Família
A família pode ser designada como a instituição por meio da qual os indivíduos se integram na sociedade. O nascimento, dentro da estrutura familiar, adquire um caráter afectivo que favorece a criação e o desenvolvimento intelectual dos seres humanos.

Função da família.
As pesquisas da psicologia evolutiva e da psicologia social têm registado duas peculiaridades importantes do desenvolvimento do ser humano em comparação com outras espécies superiores. A criança nasce "prematura" e requer, durante um período relativamente longo, cuidados familiares e mais especificamente maternos para sobreviver. Uma criança carente de estímulos sociais próximos, desde o nascimento e durante a primeira infância, não se socializa, isto é, não desenvolve capacidades humanas nem se adapta à sociedade, como demonstraram os casos das "crianças selvagens" (crianças que cresceram em estado selvagem e afastadas do convívio humano). Embora não seja fácil estabelecer com precisão como se iniciou a vida familiar, parece evidente que as suas funções de reproduzir e proteger a espécie foram indispensáveis à sobrevivência da humanidade, já que o simples acasalamento não basta para garantir a propagação, desenvolvimento e socialização do homem.
Aristóteles dizia ser a família uma comunidade de todos os dias, "com a incumbência de atender às necessidades primárias e permanentes do lar", e Cícero cunhou a expressão, consagrada pelo tempo, segundo a qual a família é "princípio da cidade e origem ou semente do estado".
Na maior parte das culturas, as pessoas vivem em unidades domésticas familiares integradas por um ou vários casais e pelos filhos destes. A frequência com que se encontram relacionamentos deste tipo permite afirmar que a
origem da família é tão remota quanto a própria humanidade. Deve-se também assinalar que na maioria dos povos a família é monogâmica e o princípio de autoridade é geralmente prerrogativa do pai, com a colaboração da mãe.

Há diferentes tipos de família.
O tipo mais comum de família é constituída por um homem adulto, mulher e filhos não casados. Essa família "nuclear", contudo, não pode ser considerada universal, pois não existe nenhuma sociedade em que só existam famílias desse tipo. Muitos lares incluem componentes alheios a esse núcleo, como avôs e avós, viúvas, órfãos e mães solteiras. Também pode haver filhos casados que façam parte da família junto com os pais, de tal modo que coexistam na mesma casa três ou quatro gerações, sobretudo se os sucessivos casamentos tiverem ocorrido precocemente.
Em algumas regiões rurais da Europa e do Japão existe um modelo familiar segundo o qual apenas um dos filhos permanece na casa paterna depois de casado. Dessa forma, há sempre na família um casal em condições de amparar os mais velhos e sustentar a prole sem que o crescimento excessivo do grupo familiar exceda as possibilidades de produção agrícola do meio em que vivem.
No decorrer dos séculos e segundo as diferentes culturas e civilizações, predominou a família patriarcal, dirigida pelo varão mais idoso do grupo. Nesta, o comando era prerrogativa do pai.

Antecedentes e características da família moderna.
Do ponto de vista estritamente biológico, a família é constituída por pais e filhos, isto é, estrutura-se por um parentesco de sangue. Historicamente, no entanto, aparecem famílias cujos componentes não têm necessariamente vínculo biológico. Já na antiga Roma, um chefe de família sem herdeiros podia adotar como filho um menino de outra família. 
Modernamente, a adoção ocorre em geral quando a mãe biológica não pode cuidar do filho e o entrega a outro casal, ou porque os pais adotivos não podem ter filhos e os desejam. Os filhos de mães solteiras frequentemente crescem totalmente desligados do pai biológico. Todos esses casos levam a concluir que a definição de família em termos estritamente biológicos é insuficiente e que se mostra mais adequada a perspectiva social ou, em outras palavras, a acepção de família como unidade sociológica. 
Assim, família é a instituição que se incumbe de transformar um organismo biológico num ser social e o veículo primeiro da transmissão dos padrões culturais, valores e objetivos propostos pela organização da sociedade.
Na família igualitária das sociedades industriais modernas já não ocorre o predomínio do pai, embora, em grande parte, este continue a ocupar a posição de chefe de família. Uma situação cada vez menos generalizada é a do pai como principal ou única fonte de rendimentos económicos do núcleo familiar, enquanto a mãe se ocupa da administração da casa e dos cuidados dos filhos. Também se modificou a situação dos filhos no grupo familiar, pois a ideia (abandonada no século XX) da criança como homem pequeno, sem maior valor que o de um adulto potencial, transformou-se progressivamente numa atitude paterna de atenção, compreensão e respeito.
Essa compreensão social da infância e de seus direitos, porém, não se traduz necessariamente em maior ou menor cuidado dos filhos por parte dos pais. O peso cada vez maior das instituições de ensino contribuiu para afastar a família da função educativa. Além disso, a acelerada evolução dos modos de vida nas últimas décadas do século XX modificou substancialmente os esquemas familiares, de tal modo que ocorre uma "crise" da instituição ou, pelo menos, da estrutura familiar.
A aglomeração nos grandes centros urbanos encareceu o solo e, consequentemente, a habitação, que, de modo geral, tem proporções reduzidas, facto que favorece o controle da natalidade e a diminuição do número de filhos.
O número cada vez maior de mulheres que se vincularam ao mercado de trabalho faz com que, desde tenra idade, os filhos permaneçam grande parte do tempo aos cuidados de creches, amas ou parentes. Noutro aspecto, o afrouxamento das normas morais tradicionais, que proibiam o aborto, o divórcio ou a simples separação de facto, também contribuiu para debilitar a concepção tradicional da instituição familiar.
A doutrina católica, segundo a qual a família é uma instituição de direito natural, foi reiteradamente posta em dúvida por aqueles que preconizam um novo tipo de relação familiar.
Apesar da profunda transformação dos esquemas familiares, porém, a estrutura essencial da família continua a vigorar, uma vez que constitui, em suas várias formas, fundamento da sociedade humana, Dentro dela se criam os laços afetivos necessários à transmissão, de uma geração para outra, da cultura e dos valores ideológicos e morais.
©Encyclopaedia Britannica (adaptado).
http://esa12f.no.sapo.pt/familia.html

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