sexta-feira, 4 de março de 2016

As Emoções e a Inteligência Emocional



O que são as Emoções?

Devido à complexidade das emoções, não é fácil apresentar uma definição. 
“A palavra emoção traz, em geral, à mente uma das seis emoções ditas primárias ou universais: alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou aversão.” /António Damásio.
Os afetos são algo que se exprime através das emoções e que remete para o passado. 
Antigamente as emoções eram interpretadas como um obstáculo ao funcionamento adequado do nosso pensamento e da razão.
Só passaram então a ser interpretadas como processos fundamentais no ato de decidir, devido a investigações realizadas por António Damásio.
As emoções podem ser interpretadas através da alteração do tom de voz, das expressões faciais, da postura corporal, e estão presentes nas interações sociais.
Têm um papel fundamental sobretudo no início da vida, pois quando nasce um ser humano, este não possui qualquer capacidade para se fazer entender e para expressar as suas necessidades e desejos, senão através do choro ou com movimentos não coordenados e globais. 
O conceito de afetividade engloba todos os "estados de alma", como a emoção, os sentimentos, as paixões ou o humor.
Os afetos são um conjunto de reações que nos ligam aos outros e às coisas que nos rodeiam. São também algo que remete para o passado e que é expresso através das emoções.
As emoções concretizam-se no presente de forma intensa e manifestam-se através de modificações fisiológicas.
Estas reações têm raízes profundas nos instintos e no inconsciente. Há que distinguir emoção e sentimento:
                  • A Emoção, que é um estado temporário, marcado por modificações fisiológicas. Trata-se de uma resposta biológica do organismo a um estímulo do meio.
                  • O Sentimento, que é um estado mais duradouro que a emoção. As modificações fisiológicas são menos acentuadas, reportam-se ao nosso interior, são privados e prolongam-se no tempo, não estando relacionados, como as emoções, a uma causa imediata.
Falar de afetos é falar da relação.  A relação implica uma troca, em que se dá e se recebe, o que envolve sempre modificação dos elementos envolvidos. Nestas relações somos afectados pelos outros e afectamo-los.
Os afetos que se estabelecem constroem a matriz da nossa vida pessoal. A nossa sobrevivência psicológica funda-se nas relações interpessoais.
As emoções constituem um aspecto muito complexo do ser humano e são objecto de várias interpretações que se organizam em várias perspectivas.
Estas perspectivas dão-nos a conhecer a natureza e a génese das emoções.


Teorias da emoção

Perspectiva Evolutiva
Foi desenvolvida por Charles Darwin, que, através da comparação de expressões de emoções humanas com as dos animais, identificou seis emoções primárias ou universais: a alegria, a tristeza, a cólera, o desgosto, a surpresa e o medo.
Darwin considerou que as emoções têm um papel adaptativo fundamental na história da espécie humana, sendo estas determinantes na capacidade de sobrevivência do ser humano.
Ao investigar junto de culturas muito diferentes, Ekman confirmou a tese de Darwin, afirmando que há emoções que são universais e que não dependem dos processos de aprendizagem e da cultura em que são manifestadas. Mesmo assim Ekman, não nega que a cultura influencie as emoções, na medida em que existem regras que controlam a sua expressão.

Perspectiva Fisiológica
Foi desenvolvida por William James, que considera que para haver emoção, esta tem que ser provocada por determinados estímulos. Inicialmente os estímulos estão ligados a respostas físicas que só depois são interpretadas como emoções.
Esta perspectiva tem como fundamento a relação que se estabelece entre o corpo e a mente. A mente influencia o corpo e o corpo também influencia a mente.
William James, acha que se retirarmos do comportamento as componentes fisiológicas que acompanham uma emoção forte, no fim nada resta de emoção. Ficamos apenas com uma percepção cognitiva.
“Se perdesse a faculdade corporal de sentir, ficaria excluído da vida afectiva, terna e intensa, e reduzido a uma existência de forma puramente cognitiva e intelectual.”/ William James.

Perspectiva Cognitivista
Os defensores desta perspectiva, defendem que os processos cognitivos, como as recordações, percepções e aprendizagens, são elementos fundamentais para se perceber as emoções.
Acham então, que estes factores de ordem cognitiva é que explicam os estados emocionais: é o modo de como se encara a situação, de como é interpretada e avaliada, que causa a emoção, e não o acontecimento em si.
A alegria, o medo e a cólera dependem da interpretação da situação feita pelo sujeito. 
Esta interpretação depende dos quadros cognitivos, da história pessoal do individuo e do seu contexto de vida.
Alguns críticos consideram que não é necessário estar na posse de aptidões cognitivas desenvolvidas, para sermos capazes de exprimir emoções, pois os recém-nascidos têm essa capacidade mesmo antes de poderem reconhecer qualquer estímulo visual.

Perspectiva Culturalista
Para os defensores desta perspectiva, as emoções são comportamentos aprendidos no processo de socialização. Consideram que as emoções são uma construção social e que tal como a linguagem têm de ser aprendidas.
Cada cultura tem diferentes formas de exprimir as emoções e estas variariam no espaço e no tempo.
As culturas e sociedades diferentes têm um conjunto de regras que determinam o tipo de emoções que podem ser manifestadas em determinadas situações ou acontecimentos, e os determinados comportamentos para exprimi-las.
Esta perspectiva nega a existência das emoções universais: às diversas culturas corresponde uma diversidade de emoções e respectivas expressões.

A inteligência emocional

Cada vez mais o sucesso depende de outros factores além da inteligência e espírito de trabalho. As relações interpessoais, a capacidade de trabalho em grupo, a capacidade de ouvir e de se colocar na posição de outros, a capacidade de ouvir a nossa consciência tornaram-se fundamentais num mundo cada vez mais ligado por redes e em que cada vez mais o trabalho é tarefa de uma equipa. Para ter sucesso, além de inteligência "intelectual" é necessário ter também inteligência emocional.
A pedra basilar da inteligência emocional é a autoconsciência, isto é, o reconhecimento de uma emoção enquanto ela decorre. A emoção desempenha um papel crucial na nossa navegação pelas decisões que temos que tomar. Todos nós sentimos por vezes sinais intuitivos sobre as escolhas que devemos fazer, eles são uma espécie de sinais que nos alerta para o perigo potencial mas também nos alerta para oportunidades de ouro. Segundo Daniel Goleman, "a chave para tomar boas decisões pessoais é ouvir as emoções".
O objectivo é o equilíbrio e não a supressão das emoções. Todos as emoções têm o seu valor e significado. Controlar as emoções é a chave para o bem-estar emocional. Há emoções que desestabilizam as pessoas, como a raiva, a ansiedade ou a melancolia e que podem ser combatidos, por exemplo, minando as suposições irreais que alimentam a raiva, ser céptico relativo às dúvidas que causam a ansiedade ou praticar exercício físico, jogos, etc., ou engendrar um pequeno triunfo, que ajude a eliminar a melancolia.

A motivação intrínseca
É muito importante que as pessoas se sintam motivadas. Quanto mais motivadas e persistentes forem, maior capacidade e potencialidade terão para atingir os seus objectivos. O controlo emocional - adiar a recompensa e dominar a impulsividade - está subjacente a qualquer realização. Uma fonte de optimismo e persistência pode muito bem ser um comportamento inato, no entanto pode também ser adquirido pela experiência. Seja qual for a sua origem está-lhe subjacente a ideia de auto-eficácia, a convicção que  se domina os acontecimentos da própria vida e se é capaz de vencer os desafios. O desenvolvimento de uma aptidão, ao tornar a pessoa mais apta e mais disposta a correr riscos e a procurar desafios, reforça o sentimento de auto-eficácia.

Reconhecer as emoções dos outros
A empatia, habilidade de reconhecer o que os outros sentem, desempenha um papel fundamental numa vasta gama de áreas da vida. Nasce da autoconsciência. Só sendo capazes de reconhecer as nossas próprias emoções seremos capazes de reconhecer as dos outros.
Uma vez que 90% da comunicação é não verbal, devemos estar particularmente atentos a estas pois é extremamente reveladora das emoções do seu emissor. As pessoas empáticas são mais sensíveis a esses sinais que indicam aquilo de que os outros necessitam e tornam-se mais aptas para profissões que envolvam contacto e negociações com outras pessoas, tais como a medicina, por exemplo.

Gerir relacionamentos
A arte de nos relacionarmos com os outros é também a aptidão de gerir as emoções dos outros, que está na base  da popularidade, da liderança e da eficácia interpessoal. Gerir as emoções dos outros requer a maturação de duas habilidades emocionais: autocontrolo e empatia. 
http://student.dei.uc.pt/~mafonso/ge/IntEmoc.html

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