segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Noções Básicas de Lógica - Questões


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1. O que é a Razão?
2. O que é a verdade? Apresente 2 exemplos.
3. Qual a relação entre a verdade e a razão?
4. O que é que significa dizer que “Só é pensável o que pode ser concebido através da Razão?”
5. O que é que significa a palavra grega ‘Lógos’?
6. O que é que significa a palavra ‘Lógica’?
7. O que significa dizer que “No Universo tudo segue uma ordem racional?
8. O que é que afirma o Princípio da Razão Suficiente?
9. Se não existisse o Princípio da Razão Suficiente, poderíamos ter um conhecimento verdadeiro da realidade? Porquê?
10. Porque existe o ser e não o nada?
11. O que significa dizer que “há um acordo, uma harmonia, entre o pensamento e a realidade?
12. O que são e para que servem os Princípios Lógicos da Razão?
13. Enuncie o Princípio da Identidade. 
14. Enuncie o Princípio da Razão Suficiente.
15. Enuncie o Princípio do Terceiro Excluído.

A Razão e as bases do conhecimento racional - Introdução à Lógica


Texto 1 - Os vários sentidos da palavra razão

Na nossa vida quotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos. Dizemos, por exemplo, “eu estou com a razão”, ou “ele não tem razão”, para significar que nos sentimos seguros de alguma coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Também dizemos que, num momento de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se a razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar, como na frase: “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”.
Dizemos também frases como: “Se você me disser as suas razões, sou capaz de fazer o que  me pede”, querendo dizer com isso que queremos ouvir os motivos que alguém tem para querer ou fazer alguma coisa. Fazemos perguntas como: “Qual a razão disso?”, querendo saber qual a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão parece ser alguma propriedade que as próprias coisas teriam, já que teriam uma causa.
Assim, usamos “razão” para nos referirmos a “motivos” de alguém, e também para nos referirmos a “causas” de alguma coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de “razão”, mas em sentido diferente.
Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos diferentes a palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo, causa. E todos esses sentidos encontram-se presentes na Filosofia.
Por identificar razão e certeza, a Filosofia afirma que a verdade é racional; por identificar razão e lucidez (não ficar ou não estar louco), a Filosofia chama a nossa razão ‘luz’ e ‘luz natural’; por identificar razão e motivo, por considerar que sempre agimos e falamos movidos por motivos, a Filosofia afirma que somos seres racionais e que a nossa vontade é racional; por identificar razão e causa e por julgar que a realidade opera de acordo com relações causais, a Filosofia afirma que a realidade é racional.
/.../
Também  elogiamos as ciências, dizendo que elas manifestam o “progresso da razão”. Aqui, a razão é colocada como capacidade puramente intelectual para conseguir o conhecimento verdadeiro da Natureza, da sociedade, da História e isto é considerado algo bom, positivo, um “progresso”.
Por ser considerado um “progresso”, o conhecimento científico é visto como se realizando no tempo e como dotado de continuidade, de tal modo que a razão é concebida como temporal também, isto é, como capaz de aumentar os seus conteúdos e as suas capacidades através dos tempos.
Algumas vezes ouvimos um professor dizer a outro: “O João trouxe um trabalho irracional; era um caos, uma confusão. Incompreensível. Já o trabalho da Manuela era uma beleza: claro, compreensível, racional”. Aqui, a razão, ou racional, significa clareza das ideias, ordem, resultado de esforço intelectual ou da inteligência, seguindo normas e regras de pensamento e de linguagem.
Todos esses sentidos constituem a nossa ideia de razão. Nós consideramo-la a consciência moral que observa as paixões, orienta a vontade e oferece finalidades éticas para a ação. Nós vemo-la como atividade intelectual de conhecimento da realidade natural, social, psicológica, histórica. Nós concebemo-la segundo o ideal da clareza, da ordenação e do rigor e precisão dos pensamentos e das palavras.
Para muitos filósofos, porém, a razão não é apenas a capacidade moral e intelectual dos seres humanos, mas também uma propriedade ou qualidade primordial das próprias coisas, existindo na própria realidade. Para esses filósofos, a nossa razão pode conhecer a realidade (Natureza, sociedade, História) porque ela é racional em si mesma.
Fala-se, portanto, em razão objetiva (a realidade é racional em si mesma) e em razão subjetiva (a razão é uma capacidade intelectual e moral dos seres humanos). A razão objetiva é a afirmação de que o objeto do conhecimento ou a realidade é racional; a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento e da ação é racional. Para muitos filósofos, a Filosofia é o momento do encontro, do acordo e da harmonia entre as duas ‘razões’ ou racionalidades.

Texto 2 - Origem da palavra razão

Na cultura da chamada civilização ocidental, a palavra razão origina-se de duas fontes: a palavra latina ratio e a palavra grega logos. Essas duas palavras são substantivos derivados de dois verbos que têm um sentido muito parecido em latim e em grego.
Logos vem do verbo legein, que quer dizer: contar, reunir, juntar, calcular. Ratio vem do verbo reor, que quer dizer: contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular.
O que fazemos quando medimos, juntamos, separamos, contamos e calculamos? Pensamos de um modo ordenado. E que meios usamos para essas ações? Usamos palavras (mesmo quando usamos números estamos a usar palavras, sobretudo os gregos e os romanos, que usavam letras para indicar números).
Por isso, logos, ratio ou razão significam pensar e falar ordenadamente, com medida e proporção, com clareza e de modo compreensível para outros. Assim, na origem, razão é a capacidade intelectual para pensar e exprimir-se correta e claramente, para pensar e dizer as coisas tais como são. A razão é uma maneira de organizar a realidade pela qual esta se torna compreensível. É, também, a confiança de que podemos ordenar e organizar as coisas porque são organizáveis, ordenáveis, compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas, isto é, as próprias coisas são racionais.
Marilena Chauí
http://cristianofilosofia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1388944761 
(Consulta: 24/09/2013)




Texto 3 - Os princípios lógicos da razão

Desde os seus começos, a Filosofia considerou que a razão opera seguindo certos princípios que ela própria estabelece e que estão em concordância com a realidade, mesmo quando os empregamos sem os conhecer explicitamente. Ou seja, o conhecimento racional obedece a certas regras ou leis fundamentais, que respeitamos até mesmo quando não conhecemos diretamente quais são e o que são. Nós respeitamo-las porque somos seres racionais e porque são princípios que garantem que a realidade é racional e que a nossa razão funciona de forma coerente.
Esses princípios são:
O Princípio da identidade, cujo enunciado pode parecer surpreendente: “A é A” ou “Qualquer objecto é igual a si próprio”. O princípio da identidade é a condição do pensamento e sem ele não podemos pensar. Ele afirma que uma coisa, seja ela qual for (um ser da Natureza, uma figura geométrica, um ser humano, uma obra de arte, uma ação), só pode ser conhecida e pensada se for percebida e conservada com a sua identidade.
Por exemplo, depois que um matemático definir o triângulo como figura de três lados e de três ângulos, não só nenhuma outra figura que não tenha esse número de lados e de ângulos poderá ser chamada de triângulo como também todos os teoremas e problemas que o matemático demonstrar sobre o triângulo, só poderão ser demonstrados se, a cada vez que ele disser “triângulo”, soubermos a qual ser ou a qual coisa ele se está a referir. O princípio da identidade é a condição para que definamos os conceitos que representam as coisas e possamos conhecê-las a partir das suas definições.
O Princípio da não-contradição, cujo enunciado é: “A é A e é impossível que seja, ao mesmo tempo e na mesma relação, não-A”; "um objeto não pode ser e não ser ao mesmo tempo e segundo uma mesma perspectiva; uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo e segundo uma mesma perspectiva.
Assim, é impossível que a árvore que está diante de mim seja e não seja uma figueira; que o cão da Filomena seja e não seja branco; que o triângulo tenha e não tenha três lados e três ângulos; que o homem seja e não seja mortal; que o vermelho seja e não seja vermelho, etc.
Sem o princípio da não-contradição, o princípio da identidade não poderia funcionar. O princípio da não-contradição afirma que uma coisa ou uma ideia que se negam a si mesmas se autodestroem, desaparecem, deixam de existir. Afirma, também, que as coisas e as ideias contraditórias são impensáveis e impossíveis.
Princípio do terceiro-excluído, cujo enunciado é: “Ou A é x ou é y e não há terceira possibilidade”; "uma coisa é ou não é, não há uma terceira alternativa"; " uma proposição é verdadeira ou falsa, não há uma terceira possibilidade". Por exemplo: “Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates”; “Ou faremos a guerra ou faremos a paz”. Este princípio define a decisão de um dilema - “ou isto ou aquilo” - e exige que apenas uma das alternativas seja verdadeira.
Princípio da razão suficiente, que afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para acontecer, e que tal razão (causa ou motivo) pode ser conhecida pela nossa razão. O princípio da razão suficiente costuma ser chamado ‘princípio da causalidade’ para indicar que a razão afirma a existência de relações ou conexões internas entre as coisas, entre factos, ou entre ações e acontecimentos. Pode ser enunciado da seguinte maneira: “Dado A, necessariamente se dará B”. E também: “Dado B, necessariamente houve A”.
Isso não significa que a razão não admita o acaso ou ações e factos acidentais, mas sim que ela procura, mesmo para o acaso e para o acidente, uma causa.
Pelo que foi exposto, podemos observar que os princípios da razão apresentam algumas características importantes:
- não possuem um conteúdo determinado, pois são formais: indicam como as coisas devem ser e como devemos pensar, mas não nos dizem quais coisas são, nem quais os conteúdos que devemos ou vamos pensar;
- possuem uma vigência universal, isto é, onde houver razão (nos seres humanos e nas coisas, nos factos e nos acontecimentos), em todo o tempo e em todo lugar, tais princípios são verdadeiros e são aplicados por todos (os humanos/os seres racionais) e obedecidos por todos (coisas, factos, acontecimentos);
- são necessários, isto é, indispensáveis para o pensamento e para a vontade, indispensáveis para as coisas, os factos e os acontecimentos. Indicam que algo é assim e não pode ser de outra maneira. Necessário significa: é impossível que não seja dessa maneira e que pudesse ser de outra.
Marilena Chaui
http://cristianofilosofia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1388944761 


Atividade: 
- Elabore um mapa conceptual que incorpore os conceitos explorados nos textos desta ficha.



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Ética: os deveres humanos

Texto 1 – Os deveres humanos
Para superar a crise e para que a esperança não seja mera ilusão, precisamos todos de ser fiéis às nossas responsabilidades e cumprir os nossos deveres.
Já na discussão do Parlamento revolucionário de Paris sobre os direitos humanos, em 1789, se tinha visto que "direitos e deveres têm de estar vinculados", pois "a tendência para fixar-se nos direitos e esquecer os deveres" tem "consequências devastadoras".
Foi assim que, em 1997 e após debates durante dez anos, o Interaction Council (Conselho Interacção) de antigos chefes de Estado e de Governo, /.../, propôs a Declaração Universal dos Deveres Humanos. /.../
O Preâmbulo sublinha que: o reconhecimento da dignidade e dos direitos iguais e inalienáveis de todos implica obrigações e deveres; a insistência exclusiva nos direitos pode acarretar conflitos, divisões e litígios intermináveis, e o desrespeito pelos deveres humanos pode levar à ilegalidade e ao caos; os problemas globais exigem soluções globais, que só podem ser alcançadas mediante ideias, valores e normas respeitados por todas as culturas e sociedades; todos têm o dever de promover uma ordem social melhor, tanto no seu país como globalmente, mas este objectivo não pode ser alcançado apenas com leis, prescrições e convenções. Nestes termos, a Assembleia Geral proclama esta Declaração, a que está subjacente "a plena aceitação da dignidade de todas as pessoas, a sua liberdade e igualdade inalienáveis, e a solidariedade de todos", seguindo-se os seus 19 artigos, de que se apresenta uma síntese.
1. Princípios fundamentais para a humanidade. Cada um/a e todos têm o dever de tratar todas as pessoas de modo humano, lutar pela dignidade e autoestima de todos os outros, promover o bem e evitar o mal em todas as ocasiões, assumir os deveres para com cada um/a e todos, para com as famílias e comunidades, raças, nações e religiões, num espírito de solidariedade: não faças aos outros o que não queres que te façam a ti.
2. Não violência e respeito pela vida. Todos têm o dever de respeitar a vida. Todo o cidadão e toda a autoridade pública têm o dever de agir de forma pacífica e não violenta. Todas as pessoas têm o dever de proteger o ar, a água e o solo da terra para bem dos habitantes atuais e das gerações futuras.
3. Justiça e solidariedade. Todos têm o dever de comportar-se com integridade, honestidade e equidade. Dispondo dos meios necessários, todos têm o dever de fazer esforços sérios para vencer a pobreza, a subnutrição, a ignorância e a desigualdade, e prestar apoio aos necessitados, aos desfavorecidos, aos deficientes e às vítimas de discriminação. Todos os bens e riquezas devem ser usados de modo responsável, de acordo com a justiça e para o progresso da raça humana.
4. Verdade e tolerância. Todos têm o dever de falar e agir com verdade. Os códigos profissionais e outros códigos de ética devem refletir a prioridade de padrões gerais como a verdade e a justiça. A liberdade dos media acarreta o dever especial de uma informação precisa e verdadeira. Os representantes das religiões têm o dever especial de evitar manifestações de preconceito e atos de discriminação contra as pessoas de outras crenças.
5. Respeito mútuo e companheirismo. Todos os homens e todas as mulheres têm o dever de demonstrar respeito uns para com os outros e compreensão no seu relacionamento. Em todas as suas variedades culturais e religiosas, o casamento requer amor, lealdade e perdão e deve procurar garantir segurança e apoio mútuo. O planeamento familiar é um dever de todos os casais. O relacionamento entre os pais e os filhos deve refletir o amor mútuo, o respeito, a consideração e o cuidado.
|Anselmo Borges, www.dn.pt - 12/02/2011

Texto 2 - A Acrasia: Como podem os seres humanos escolher o mal em vez do bem?

Primeiro comecemos por definir ‘acrasia’ que é a transliteração da palavra grega que define aquele que age de forma incontrolada ou contra aquilo que considera ser o mais adequado. Foi Sócrates que “criou” o problema porque defendia que não é possível que alguém saiba o que deve fazer e decida fazer o contrário. Daí a origem da frase que lhe é atribuída: “só pratica o mal quem desconhece o bem”. Para Sócrates só a ignorância poderia levar alguém a agir de modo contrário ao correto, só o facto de ignorar que aquilo que poderia parecer vantajoso afinal não o era poderia fazer alguém agir de modo contrário ao que a razão dita. Por exemplo, alguém rouba um telemóvel topo de gama porque sempre quis ter um e não tem dinheiro para o comprar. Será que essa pessoa não sabe que está a errar ao roubar o telemóvel? Claro que sim, Sócrates não diz o oposto. O que Sócrates está a dizer é que para a pessoa que roubou o telemóvel a vantagem de ter aquilo que queria (o telemóvel topo de gama) sobrepôs-se de tal forma ao conhecimento de que roubar é errado que o fez ignorante dessa verdade. Isto é, para aquele que rouba a vantagem que isso lhe traz faz com que isso se sobreponha ao facto de ele saber que roubar é errado criando assim uma ilusão de que a ação não é errada. O ladrão sabe que roubar é errado, mas quando ele rouba vê a sua ação como a mais vantajosa para ele naquele determinado momento, não vendo que de facto não o é. Ele (o que age acraticamente) é tomado por uma ilusão que o faz ver como correto aquilo que não é. Sócrates defende assim que não há ação acrática, mas uma mera ilusão que engana o agente e o faz ver como bem o que afinal é um mal.
Mas Aristóteles defende que não é exatamente assim. Diz-nos Aristóteles que é necessário que os seres humanos, para se tornarem excelentes no seu carácter, sejam habituados desde a mais tenra idade a escolher certo tipo de ações em detrimento de outras (sejam habituadas a agir segundo os princípios éticos) e que quando forem suficientemente maduros consigam adquirir sabedoria prática. Isto é, que se aprenda o que se deve fazer e que depois se seja capaz de o pôr em prática (de saber quando agir de certo modo tendo em conta a situação em que nos encontramos). Para se agir bem ou mal é necessário que se faça uso tanto do pensamento teórico como da disposição ética. Vamos evoluindo enquanto seres humanos e vamos adquirindo essa forma de agir como hábito e podemos assim tornar-nos excelentes quando nos tornamos adultos, pois nessa altura para além do hábito de se agir de determinada forma já teremos, também, maturidade para fazer um uso mais capaz da nossa razão prática./.../
É este hábito que faz com que o homem excelente se torne imune às pressões para agir sem pensar nas consequências e que faz com que os outros que assim não foram criados lhes cedam ou pelo menos tenham tentação a fazê-lo..
Carla Veiga,
https://pt-pt.facebook.com/ColoquioDoJovemFilosofo/posts/647533128624027 (Acedido em 14/10/2014).



Texto 3 - A Consciência Moral
A consciência moral é uma competência avaliadora dos atos pessoais e dos alheios, a capacidade de discriminar entre o que é o bem e o que é o mal.
Qual a NATUREZA desta capacidade cuja manifestação no ser humano o eleva à dignidade de um ser moral?

         - A consciência moral tem uma base racional. Todos os atos humanos são julgados e avaliados pela razão, em função de valores livre e racionalmente escolhidos. Não é, pois, “às cegas” que concebemos e realizamos a ação. É com a intervenção do pensamento que tomamos consciência dos problemas, que os compreendemos e que equaciona-mos soluções que nos parecem possíveis. A racionalidade permite-nos analisar criticamente aquilo com que nos deparamos, avaliar as ações pessoais e as dos outros, confrontando o que queremos fazer com aquilo que julgamos que devemos fazer.
          - A consciência moral tem um elemento afectivo. As relações interpessoais manifestam na consciência uma componente emocional tão forte que é capaz de dinamizar a ação humana do mesmo modo que a razão. Por vezes, junta-se à razão, colaborando e reforçando o seu papel, ou, então, opondo-se-lhe e entrando em conflito com ela. Assim, quer os sentimentos positivos de amor, amizade, simpatia e fraternidade quer os seus contrários manifestam uma “lógica” própria que interfere de modo significativo na ação.
          - A consciência moral tem uma componente social. É interagindo com os outros e através do processo de educação que a consciência moral se vai formando. O seu desenvolvimento passa pela interiorização de um “dever-ser” que lhe vai sendo apresentado pelos diferentes agentes (família, escola, media, grupo de pares, etc.) no decorrer do processo de socialização.

A expressão “voz da consciência” torna-se significativa para se compreenderem as principais FUNÇÕES / PAPÉIS da consciência moral. Ela é, antes de mais, uma voz que chama, uma voz que julga, uma voz que coage e uma voz que sanciona. Neste sentido, a consciência moral desempenha as seguintes funções:

     1. Apelativa, a consciência moral chama-nos para indicar que há valores, normas e deveres a que não podemos renunciar, isto é, orienta as nossas ações;
     2. Imperativa, obriga-nos a agir de acordo com a hierarquia de valores que assumimos como nossos;
     3. Judicativa, julga-nos de acordo com o que fazemos, tendo em conta os ideais/valores que selecionamos para orientar a nossa vida;
    4. Punitiva, sanciona-nos levando-nos a viver de “consciência pesada”, ou seja, a natureza dos atos praticados determina o aparecimento de sentimentos incomodativos de culpa, arrependimento, vergonha, remorso, etc.
http://filosofianoliceu.blogspot.pt/2010/02/consciencia-moral_26.html


terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Ficha de recuperação: a diversidade cultural

Pode consultar os seguintes links, para responder à questão 2:

http://filosofarliberta.blogspot.pt/2015/02/o-homem-como-produto-e-produtor-da.html

Texto 1
“Na língua do nosso lugar não há palavra exata para dizer pescar. Diz-se ‘matar o peixe’. Não há palavra própria para dizer barco. E oceano se diz assim: ‘o lugar grande’. Somos gente da terra, o mar é recente.”
(Mia Couto)

Texto 2
“Diz-se que numa das línguas faladas pelos indígenas da América do Sul, talvez na Amazónia, existem mais de vinte expressões, umas vinte e sete, creio recordar, para designar a cor verde.
Comparando com a pobreza do nosso vocabulário quanto a esta matéria, parecera que devia ser fácil para eles descrever as florestas em que vivem, no meio de todos aqueles verdes minuciosos e diferenciados, apenas separados por subtis e quase inapreensíveis matizes.”
(José Saramago, A viagem do elefante, 2008)

Texto 3
“Da minha língua vê-se o mar. Na minha língua ouve-se o seu rumor como na de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.”
(Vergílio Ferreira)

1  1. Procure o que há de comum aos 3 textos e invente uma história baseada nessa ideia.
(Se não tiver espaço nesta folha, pode continuar a sua história no verso desta folha).

2. Porque é que se diz que o Homem é produto e produtor da cultura? Responda tendo em conta o que aprendeu sobre a socialização. 













Ficha de Recuperação: o multiculturalismo

Leia a Ficha “Valores e cultura: a diversidade e o diálogo de culturas”, depois responda às questões.
Pode consultar, também, os seguintes links :


1    1. Concorda com o etnocentrismo? Porquê?
      2. Concorda com o relativismo cultural? Porquê?
n    3.Concorda com o  interculturalismo (diálogo entre culturas)? Porquê?
   4. Elabore uma reflexão crítica sobre o problema dos refugiados, na qual responda à seguinte questão: como é que o problema dos refugiados deve ser resolvido, de acordo com o interculturalismo? (min. 150 palavras).










Trabalho de grupo sobre a Arte

O que é a arte by paulofeitais on Scribd                            Teorias estéticas from Paulo Gomes Trabalho de grupo:...