quarta-feira, 3 de março de 2021

A invenção da imprensa


A invenção da imprensa


A invenção da imprensa por Johann Gutenberg, no século XV, foi um dos acontecimentos que
mudaram a história da leitura e da circulação de ideias em escala mundial.

Quando se estuda o período do Renascimento, geralmente destaca-se o advento de algumas invenções, tais como o telescópio e o relógio de precisão. Uma dessas invenções que provocaram uma verdadeira revolução no terreno da escrita e da leitura foi a prensa de caracteres móveis, isto é, a máquina de impressão tipográfica inventada pelo alemão Johann Gutenberg no século XV.

O nome imprensa remete nos nossos dias, quase que automaticamente, para as instituições de divulgação de notícias e opiniões sobre factos quotidianos, isto é: os jornais e revistas.

Esse nome, entretanto, designa, originariamente, um tipo de dispositivo técnico capaz de reproduzir palavras, frases, textos ou mesmo livros inteiros através de caracteres ou tipos móveis. Esse dispositivo foi inventado por Gutenberg na década de 1430.

Durante milénios a escrita restringia-se a modos de réplica muito limitados, como as tabuinhas de argila com escrita cuneiforme dos povo sumério, os papiros egípcios, os ideogramas chineses, entre outras variadas formas de escrita, cujo acesso era restrito a pequenos grupos de pessoas, geralmente escribas. Apenas com a invenção de Gutenberg a propagação de livros, como a Bíblia – o primeiro dos livros inteiros publicados pela técnica da imprensa –, passou a ficar impressa . Isso dava-se, fundamentalmente, por causa da facilidade que havia na reprodução dos textos. Não era necessário copiar à mão palavra por palavra como se fazia até então. Fazia-se um molde com os caracteres móveis e, a partir dele, imprimiam-se quantas cópias se quisesse. 

Importante foi, também, a adopção do papel como suporte para a impressão. O nome que passou a ser dado ao conjunto de papéis impressos em caracteres móveis foi códice, do latim codex.

Como dito acima, o primeiro livro impresso foi a Bíblia, em idioma vernáculo (em alemão). Esse fato foi de fundamental importância à Reforma Protestante, que se desenrolou no século XVI, uma vez que até então a Bíblia era lida em latim e sua a circulação não era tão grande tal como passaria a ser a partir da invenção da imprensa. Isso levou a que a interpretação da Bíblia deixasse de ser um exclusivo da igreja.

O historiador francês Roger Chartier, um dos grandes estudiosos da história do livro e da leitura, destacou que a invenção de Gutenberg foi tão revolucionária que só pode ser comparada à invenção do computador e da reprodução digital da escrita, como pode ser verificado no excerto a seguir:

“Minha primeira pergunta será a seguinte: como, na longa história do livro e da relação com a escrita, situar a revolução anunciada, mas, na verdade, já iniciada, que se passa do livro (ou do objeto escrito), tal qual o conhecemos, com os seus cadernos, folhetos, páginas, para o texto eletrónico e a leitura num monitor? […] A primeira revolução foi técnica: ela modifica totalmente, nos meados do século XV, os modos de reprodução dos textos e de produção dos livros. Com os caracteres móveis e a prensa de imprimir, a cópia manuscrita deixa de ser o único recurso disponível para assegurar a multiplicação e a circulação dos textos.” (CHARTIER, Roger. Do códice ao monitor: a trajetória do escrito).

https://brasilescola.uol.com.br/historiag/invencao-imprensa.htm


A Prensa de Gutenberg



Johannes Gutenberg, filho de uma família abastada da cidade de Mainz (Alemanha), viveu entre a última década do século XIV (a sua data de nascimento é incerta) e o ano de 1568. Teve inúmeras oportunidades de aprender o maior número de coisas que estavam ao seu alcance. Desde jovem revelou ter uma forte inclinação pela leitura, lendo todos os livros que os pais possuíam em casa. Os livros, na época, eram escritos e copiados à mão, por monges, alunos e escribas e cada livro demorava meses a ser preparado, sendo o seu preço elevadíssimo e impossível de suportar para a maioria das pessoas.

Em 1428 Gutenberg começa a trabalhar no desenho e fabrico de jóias, o que lhe permitiu conseguir e saber desenhar sobre metais e pedras, começando, assim, a pensar na possibilidade de criar uma máquina que conseguisse imprimir palavras automaticamente e fazer cópias de livros em série.

De 1436 a 1460 Gutenberg dedicou-se inteiramente à invenção da prensa.

Durante este período, enfrentou muitas dificuldades e autênticos problemas que quase o fizeram desistir. De qualquer forma, conseguiu superar todas as dificuldades e fracassos, chegando à criação de uma das mais importantes máquinas de todos os tempos.

O invento levou largos anos a aperfeiçoar-se, mas Gutenberg persistia na ideia de adaptar técnicas que já conhecia profundamente - as técnicas do trabalho em metal, tais como moldagem, corte preciso e carimbagem - à produção técnica de livros.

A prensa desenvolvida por Gutenberg não era, de facto, uma invenção totalmente nova - já os chineses haviam usado técnicas de impressão de letras, especialmente em tecido - mas a maneira como ele a usou, essa sim foi inovadora: o molde das letras com tinta é colocado numa plataforma que desliza até à parte inferior de uma estrutura metálica; uma prensa é acionada através de uma barra que provoca a compressão, fazendo com que a estrutura que suporta o papel o "carimbe" com aquelas letras com toda a força, fazendo, assim, a impressão da letra no papel. Como as letras eram metálicas e amovíveis, cada caracter era separado e podia facilmente ser removido se se estragasse ou se houvesse necessidade de alterar algo no texto.

Gutenberg inovava ao transpor para a prensa tabuleiros que continham todo o tipo de caracteres normalmente usados na escrita manual: letras maiúsculas e minúsculas, sinais de pontuação, abreviaturas, etc., postas em conjunto para formar palavras, linhas e páginas inteiras de texto impresso. Com tal estrutura montada, Gutenberg concluiu que seria perfeitamente possível imprimir cerca de 300 páginas por dia.

Embora o desenho original da sua prensa permaneça ainda um mistério, os seus elementos básicos permaneceram quase inalterados em quase todas as impressões feitas desde a segunda metade do século XV até 1800.

O nome de Gutenberg não aparece oficialmente ligado a qualquer texto impresso, embora seja mundialmente sabido que da sua autoria constam magníficas obras, das quais se destacam a Bíblia de 42 linhas (o número de linhas por página), também conhecida como Bíblia de Gutenberg ou Bíblia de Mainz (cidade natal de Gutenberg), impressa em 1452 e da qual Gutenberg produziu 200 cópias dos seus dois volumes - vendidos, em 1455, na Feira do Livro de Frankfurt; seguindo-se o Calendário de 1448 e o Católicon (um dicionário alfabético e gramatical), em 1460.



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