sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O desporto e o desenvolvimento sustentável










As actividades desportivas fazem parte intrínseca da evolução das sociedades humanas, sendo transversais a todas as culturas e épocas históricas. As actividades desportivas assumem um peso relevante nas sociedades do Séc. XXI decorrente do reconhecimento universal de que estas podem potenciar inúmeros efeitos positivos: 

  • incremento de factores de ordem social e cultural como a socialização e o lazer e bem estar;
  • trabalho em equipe;
  • concentração e focalização em atingir objectivos;
  • a promoção de actividades económicas associadas como seja a industria do Turismo;
  •  a dinamização da investigação e desenvolvimento do conhecimento, por exemplo na produção de equipamentos especializados.

Hoje em dia, o ciclo de vida das actividades directa e indirectamente associadas à prática desportiva deverá integrar o conceito de “desenvolvimento sustentável” e “protecção ambiental” obrigando a efectuar a análise dos seus potenciais impactes ambientais. 

A indústria do Desporto (necessária para suporte da prática desportiva) contribui para a causa (resíduos, poluição das águas, aquecimento global) e ao mesmo tempo sofre as consequências das alterações induzidas. 

http://portal.ual.pt/portal/Main?Portal=1561

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Actualmente é frequente ouvir falar em desenvolvimento sustentável. Mas o que será isto no contexto desportivo?

Na Carta Europeia do Desporto (1993), no seu artigo 10º, são relacionados os dois conceitos, o Desporto e o Desenvolvimento Sustentável, contudo as estratégias e as políticas previstas não contemplam de forma clara esta perspectiva, pois apesar de o desporto se começar a mostrar como uma actividade económica importante ainda é tratado de forma marginal, em especial por alguns países da União Europeia.

Como poderemos nós, Portugal, comparar-nos com um Reino Unido ou uma China, quando estes países desenvolvem estratégias e projectos a longo prazo, que incluem o processo de candidatura e organização de Jogos Olímpicos e Jogos Paralímpicos, criam políticas para 20 anos (caso do Reino Unido), aumentam consideravelmente os apoios políticos e o investimento financeiro nos trabalhos de estudo e investigação científica de todas as áreas desportivas intervenientes no processo, desde a gestão de instalações, a selecção e treino de atletas, a preparação psicológica, a prevenção e o tratamento de lesões, entre outras (caso da China na preparação e organização dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008)?

A importância dada ao desporto é justificada pelos estudos económicos sólidos que envolvem as actividades económicas, directas e indirectas, com ele relacionadas, não só a nível do desporto de elite e espectáculo, mas particularmente com o desporto de massas, de lazer ou de recreação (ou outra denominação que lhe queiram dar).

Em Portugal a variedade de termos e conceitos utilizados gera distintas interpretações que impossibilitam e condicionam as políticas actuais do Governo, transmitindo ideias distintas, contraditórias e desajustadas da realidade e que em pouco ou nada contribuem para o desenvolvimento sustentável desportivo português.

Então como poderemos nós fazer crescer e desenvolver o nosso desporto se não temos conceitos uniformes, dados e instrumentos para tomar decisões concretas e sustentadas?

Poderemos socorrer-nos de alguns exemplos europeus e asiáticos que definiram e perceberam o desporto como um bem essencial e um “produto” que pode ser potenciado pelos seus efeitos psicológicos, físicos e mediáticos, e que gera receitas significativas para a economia de um país.

As actuais necessidades das sociedades resultam de algumas mudanças nas teorias económicas mundiais. O desporto não é excepção. Pois todas as alterações verificadas ao nível do desporto sofrem influências económicas, não só na perspectiva monetária, mas também na perspectiva social e cultural.

Estando num período de mudança acelerada e ampla, como o actual, com um alargamento das práticas desportivas, com o aumento de trabalho e com a rigidez das tarefas, vários são os elementos que condicionam a dimensão organizacional do conceito desporto, qualquer que seja o modelo existente. A velocidade (a necessidade de formação constante), a comodidade (dos clientes), as “ondas” etárias, a escolha, os estilos de vida, a tecnologia, a qualidade, o serviço individualizado, o “acrescentar valor” e o “discounting” (ofertas com contrapartidas), são alguns desses elementos.

 Mas também não poderemos esquecer ou descurar os factores de desenvolvimento desportivo, que se referem ao conjunto de meios, actividades ou programas, que combinados de forma equilibrada e estável, contribuem para um efectivo desenvolvimento do desporto. A actividade, a orgânica, a promoção, a informação, as instalações, o financiamento, os recursos humanos a legislação e a gestão são apenas alguns desses factores que convém referir e que facultam dados precisos sobre onde está o desporto e para onde caminha.

Como bem refere a esse respeito Pires (1995) “é necessário controlar o futuro do desporto, sob pena do desporto não vir a ter futuro nenhum”.


Muitas definições existem deste conceito, contudo a que mais abrangente e simples se torna é a do Conselho da Europa (1993), pois Desporto pode ser algo ambíguo, de recreação e lazer, mas também algo de muito concreto e de alto nível. Daí estes conceitos na Europa poderem gerar diferentes perspectivas do que é desporto, da sua importância e do seu papel no desenvolvimento da sociedade e das economias locais. Pois sabe-se que o desporto de forma directa ou indirecta gera receitas importantes para a economia nacional de um país, empregos, ocupação de grupos de risco (no papel preventivo), promoção local e promoção internacional do país.
http://www.forumolimpico.org/content/valor-do-desporto

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