sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Trabalho de grupo sobre a Arte







                          Teorias estéticas from Paulo Gomes


Trabalho de grupo:


1 . Elaboração de um mapa conceptual que sistematize os conceitos explicitados na ficha.
2. O quadro "Pátio da Prisão",de Van Gogh, pode ser considerado uma obra de arte por cada uma das teorias sistematizadas na ficha? Justifiquem a partir da explicação de cada uma das teorias.
3. Qual das três teorias sobre a arte é a melhor? Porquê? (imitação; expressão e forma significante).
4. Formulação de uma teoria da arte que possa servir para explicar todas as formas de expressão artística (e que possa incluir formas de arte que venham a surgir pelo avanço da tecnologia).
5. Integração dos diversos pontos deste trabalho numa apresentação para servir de base a um debate com a turma (essa apresentação deve ser criativa).


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Como se interpreta/comenta uma obra de arte?









As Emoções


Os Sentimentos
Psicologia das cores:












sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O conceito de atitude





O que são atitudes?

Quais as componentes das atitudes?

Como se podem mudar as atitudes?


Links para explorar:

https://www.infopedia.pt/$atitudes (definição do conceito de atitude/ As componentes das atitudes),

https://pt.wikipedia.org/wiki/Atitude (aprofundamento do tema - como se podem mudar as atitudes?).



DEFINIÇÃO DE ATITUDE: é um sistema relativamente estável de organização de experiências e comportamentos relacionados com um objeto ou evento particular.
Para cada atitude há um conceito racional e cognitivo – crenças e ideias, valores afetivos associados de sentimentos e emoções que, por sua vez, levam a uma série de tendências comportamentais: predisposições.
Portanto, toda atitude é composta por três componentes: uma cognitiva, uma afetiva e uma comportamental:

A cognição (componente cognitiva) – o termo atitude é sempre empregado com referência à um objeto. Toma-se uma atitude em relação a quê? Este objeto pode ser uma abstração, uma pessoa, um grupo ou uma instituição social. Por isso, as atitudes têm como base um conjunto de crenças sobre o seu objeto - essas crenças são assumidas por nós como conhecimentos, mas muitas delas podem não ser verdadeiras e/ou não ter justificação. Assim, só se pode levar alguém a mudar de atitude sobre algo com conhecimentos efetivos (o que na sociedade atual se mostra muito difícil, pois há muita desinformação a circular na internet, e especial nas redes sociais). 

O afeto (componente afetiva) – é um valor que pode gerar sentimentos positivos, que, por sua vez, gera uma atitude positiva; ou gerar sentimentos negativos que pode gerar atitudes negativas. Muitas vezes as pessoas não mudam de atitude mesmo sabendo que aquilo que pensam e fazem está errado, por causa desta componente - a dimensão afetiva, emocional, não é racional. Há atitudes que nos são inculcadas na infância e que podem estar ligadas a pessoas importantes na nossa vida (por exemplo, os filhos de pessoas racistas têm mais probabilidade de serem racistas na idade adulta). Isto torna muito difícil a mudança das atitudes.

O comportamento (dimensão comportamental) – a predisposição : sentimentos positivos levam à aproximação; e negativos, ao esquivamento ou escape. Os comportamentos são sempre manifestações exteriores e concretas das atitudes. Com o tempo os comportamentos repetidos podem transformar-se em hábitos, o que pode tornar muito difícil a mudança de atitude. Por exemplo, os fumadores podem saber que fumar faz muito mal à sua saúde (componente cognitiva), podem, também, sentir que fumar é negativo, mas sem uma mudança de comportamento (que exige força de vontade para vencer a dependência química e emocional) não conseguirão acabar com esse hábito.

Dessa forma, entende-se o PRECONCEITO como uma atitude negativa que um indivíduo está predisposto a sentir, pensar, e conduzir-se em relação a determinado grupo de uma forma negativa previsível.

CARACTERÍSTICAS DO PRECONCEITO:

É um fenómeno histórico e difuso;
A sua intensidade leva a uma justificação e legitimização dos seus atos;
Há grande sentimento de impotência ao se tentar mudar alguém com forte preconceito.

Vemos o mal nos outros e raramente em nós mesmos:
EU SOU EXCÊNTRICO, VOCÊ É LOUCO!
Eu sou brilhante; você é tagarela; ele é bêbado.
Eu sou bonito; você tem boas feições; ela não tem boa aparência.
Eu sou exigente; você é nervoso; ele é uma velha.
Eu reconsiderei; você mudou de opinião; ele voltou atrás na palavra dada.
Eu tenho em volta de mim algo de sutil, misterioso, de fragrância do oriente; você exagerou no perfume e ele cheira mal.

CAUSAS DO PRECONCEITO:
Assim como as atitudes em geral, o preconceito tem três componentes: crenças; sentimentos e tendências comportamentais. Crenças preconceituosas são sempre estereótipos negativos.
Segundo Allport (1954) o preconceito é o resultado das frustrações das pessoas, que, em determinadas circunstâncias, podem se transformar em raiva e hostilidade. As pessoas que se sentem exploradas e oprimidas frequentemente não podem manifestar sua raiva contra um alvo identificável ou adequado; assim, deslocam sua hostilidade para aqueles que estão ainda mais “baixo”na escala social. O resultado é o preconceito e a discriminação.
Já para Adorno (1950), a fonte do preconceito é uma personalidade autoritária ou intolerante. Pessoas autoritárias tendem a ser rigidamente convencionais. Partidárias do seguimento às normas e do respeito à tradição, elas são hostis com aqueles que desafiam as regras sociais. Respeitam a autoridade e submetem-se a ela, bem como se preocupam com o poder da resistência. Ao olhar para o mundo através de uma lente de categorias rígidas, elas não acreditam na natureza humana, temendo e rejeitando todos os grupos sociais aos quais não pertencem, assim, como suspeitam deles. O preconceito é uma manifestação de sua desconfiança e suspeita.
Há também fontes cognitivas de preconceito. Os seres humanos são “avarentos cognitivos” que tentam simplificar e organizar seu pensamento social o máximo possível. A simplificação exagerada leva a pensamentos equivocados, estereotipados, preconceito e discriminação.
Além disso, o preconceito e a discriminação podem ter suas origens nas tentativas que as pessoas fazem para se conformar(conformidade social). Se nos relacionamos com pessoas que expressam preconceitos, é mais provável que as aceitemos do que resistamos a elas. As pressões para a conformidade social ajudam a explicar porque as crianças absorvem de maneira rápida os preconceitos e seus pais e colegas muito antes de formar suas próprias crenças e opiniões com base na experiência. A pressão dos colegas muitas vezes torna “legal” ou aceitável a expressão de determinadas visões tendenciosas – em vez de mostrar tolerância aos membros de outros grupos sociais.

REDUÇÃO DO PRECONCEITO:
A convivência, através de uma atitude comunitária é, talvez, a forma mais adequada de se reduzir o preconceito.

COMO FUNCIONA O ESTEREÓTIPO:
É um conjunto de características presumidamente partilhadas por todos os membros de uma categoria social. É um esquema simplista mas mantido de maneira muito intensa e que não se baseia necessariamente em muita experiência direta. Pode envolver praticamente qualquer aspecto distintivo de uma pessoa – idade, raça, sexo, profissão, local de residência ou grupo ao qual é associada.
Quando nossa primeira impressão sobre uma pessoa é orientada por um estereótipo, tendemos a deduzir coisas sobre a pessoa de maneira seletiva ou imprecisa, perpetuando, assim, nosso estereótipo inicial.

RACISMO:
É a crença na inferioridade nata dos membros de determinados grupos étnicos e raciais. Os racistas acreditam que a inteligência, a engenhosidade, a moralidade e outros traços valorizados são determinados biologicamente e, portanto, não podem ser mudados. O racismo leva ao pensamento ou/ou:ou você é um de nós ou é um deles
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https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/atitude-preconceito-estereotipo.htm

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

O Homo Sapiens pode ser mais antigo do que se supunha


 

Homo Sapiens poderá ser 30.000 anos mais antigo do que se supunha

Descoberta baseou-se na análise da pegada química de camadas de cinza vulcânica em volta dos sedimentos em que os fósseis mais ancestrais foram descobertos.

O Homo Sapiens poderá ser 30.000 anos mais antigo do que se pensava anteriormente, de acordo com uma equipa internacional de cientistas que estudou os fósseis mais ancestrais já descobertos na África Austral.

Os vestígios fósseis foram descobertos na década de 1960 na Etiópia e foram inicialmente datados como tendo menos de 200.000 anos, mas o trabalho da equipa liderada pela universidade britânica de Cambridge estabeleceu que devem ter mais de 230.000 anos.

Usando a pegada química de camadas de cinza vulcânica em volta dos sedimentos em que os fósseis foram descobertos, determinaram que estes têm que ser pelo menos mais antigos do que uma erupção vulcânica colossal que aconteceu há 230.000 anos.

Estes resultados permitem rever a idade dos vestígios designados como Omo I e também da própria espécie Homo Sapiens, antepassado dos humanos modernos.

Os investigadores recolheram amostras de pedra-pomes, desfizeram-nas até partículas com menos de um milímetro e analisaram-nas através de radiometria, em busca da “história evolutiva que fica sob a superfície, determinada pelo caminho que o magma seguiu”, afirmou Céline Vidal, do departamento de Geografia de Cambridge, autora principal do estudo publicado na revista Nature.

“Depois de esmagar a rocha, os minerais que contém são libertados e podemos então datá-los e identificar a assinatura química do vidro vulcânico que junta os minerais”, acrescentou.

Na sua análise geoquímica, os cientistas ligaram o perfil da camada de cinza vulcânica a cobrir os fósseis com o da erupção do vulcão Shala, a mais de 400 quilómetros de distância do local onde foram encontrados, que dataram com mais de 230.000 anos de idade.

Como foram encontrados numa camada inferior, os fósseis têm que ser mais antigos, concluíram.

“Ao contrário de outros fósseis do Pleistoceno Médio que se pensa pertencerem aos primeiros exemplares da linhagem Homo Sapiens, os Omo I têm claras características humanas modernas, tais como uma abóbada craniana profunda e queixo”, afirmou Aurélien Mounier, do Museu da Humanidade, em Paris, acrescentando que “a nova data estimada faz do Omo I o mais antigo Homo Sapiens” de África.

Os investigadores admitem que novas descobertas e estudos possam permitir alargar ainda mais a idade da espécie.

“Só podemos datar a espécie humana baseados nos fósseis que temos, por isso é impossível dizer que esta ou aquela é a idade definitiva”, afirmou Vidal, reconhecendo que “o estudo da evolução humana está sempre em movimento: as fronteiras e datas mudam à medida que a nossa compreensão aumenta”.

Considerou que os fósseis Omo I mostram que a espécie humana sobreviveu, prosperou e migrou para zonas propensas a desastres naturais.

O investigador Clive Oppenheimer, também da Universidade de Cambridge, afirmou que “provavelmente, não é coincidência que os antepassados humanos tenham vivido num vale tão ativo geologicamente, que recolheu água, atraiu animais e serviu como um corredor natural de migração com milhares de quilómetros de extensão”.

“Os vulcões forneceram materiais fantásticos para fabricar ferramentas de pedra e de tempos a tempos tivemos que desenvolver as nossas capacidades cognitivas quando as erupções transformavam a paisagem”, elaborou.


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

A globalização




A globalização é um termo que foi elaborado na década de 1980 para descrever o processo de intensificação da integração económica e política internacional, marcado pelo avanço nos sistemas de transporte e de comunicação. Por se caracterizar como um fenómeno de caráter mundial, muitos autores preferem utilizar o termo mundialização. 

É preciso lembrar, porém, que, apesar de ser um conceito recentemente elaborado, a sua ocorrência é antiga. A maioria dos cientistas sociais marca o seu início no final do século XV e início do século XVI, quando os europeus iniciaram o processo de expansão colonial marítima. Com isso, é possível perceber que a globalização não é um facto repentino e consolidado, mas um processo de integração gradativa que está constantemente a expandindir-se.


Aldeia global

Muitos autores utilizam o termo “aldeia global” para se referir à globalização, pois ela não se limita aos planos políticos e económicos, ocorrendo também no âmbito da cultura. Observa-se uma grande troca de costumes, hábitos e mercadorias culturais. Os animes japoneses e os filmes de Hollywood, por exemplo, são consumidos em todo o mundo.

ssim, muito se fala em uma padronização cultural. No entanto, há quem conteste essa tese, dizendo que os regionalismos também se ampliam, promovendo o aumento da heterogeneidade cultural. Outros chegam a afirmar que o que ocorre, na verdade, é uma hegemonização cultural, em que os costumes dominantes se impõem sobre os demais.

Para se ter uma ideia dos avanços tecnológicos e do aumento da velocidade nas trocas de informações, podemos comparar as notícias das mortes de duas personalidades mundialmente conhecidas. Em 1865, quando Abraham Lincoln faleceu, a notícia chegou à Europa treze dias depois. Em 2009, a morte de Michael Jackson estava a ser divulgada em tempo real para todo o mundo.

geógrafo e economista David Harvey, na sua obra “A condição pós-moderna”, usa um conceito específico para se referir ao aumento da velocidade nas trocas comerciais e de informações: a compressão espaço-tempo. Isso porque, com os avanços nos meios de transporte, as grandes distâncias deixaram – ou estão deixando – de ser um obstáculo. Ao mesmo tempo, os avanços nos meios de comunicação também “encurtaram” o tempo, como no exemplo citado acima. O que se levava vários dias ou semanas para ser noticiado, hoje é conhecido pelo mundo todo em pouquíssimos segundos.


Críticas à globalização

O processo de globalização, nos seus moldes atuais, vem sendo duramente criticado por alguns intelectuais e grupos sociais organizados. A principal afirmação é de que esse processo ocorre de uma forma que beneficia apenas as elites económicas e os países dominantes, em detrimento das populações pobres e regiões de todo mundo.

O ponto central das críticas é que os avanços tecnológicos e das comunicações sempre alcançam primeiramente aqueles que possuem um poder aquisitivo superior. Outro fator é que, com as expansões das inúmeras multinacionais em todo o mundo, amplia-se a concentração da riqueza, de modo a que o número de pessoas contempladas pelos benefícios da mundialização diminui constantemente. Um exemplo a ser citado é o fato de as três pessoas mais ricas do mundo somarem mais riquezas do que os 48 países mais pobres do mundo juntos.

Além disso, segundo os críticos da globalização, o processo de integração mundial foi construído tendo como base o modelo europeu de cultura e civilização. Assim, toda forma de conhecimento e comportamento teria sido estabelecida com base nos padrões eurocêntricos de moralidade, suprimindo povos e culturas tradicionais de outros países, considerados “inferiores” pela ideologia dominante.

https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-globalizacao.htm

(Texto adaptado).

Cultura, identidade e diversidade cultural








O conceito de aculturação
Aculturação é um termo criado inicialmente por antropólogos norte-americanos para designar as mudanças que podem acontecer em uma sociedade diante de sua fusão com elementos culturais externos, geralmente por meio de dominação política, militar e territorial. Porém, segundo o historiador francês Nathan Watchel, aculturação é todo fenómeno de interação social que resulta do contato entre duas culturas, e não somente da sobreposição de uma cultura a outra.

Já Alfredo Bosi, em Dialética da colonização, afirma que esse fenómeno provém do contacto entre sociedades distintas e pode ocorrer em diferentes períodos históricos, dependendo apenas da existência do contacto entre culturas diversas, constituindo-se, assim, um processo de sujeição social de uma sociedade a outra.

A maioria dos autores acreditam que a aculturação é sempre um fenómeno de imposição cultural.

Trata-se,também,  de aculturação quando duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra, formando uma nova cultura diferente. Além disso, aculturação pode ser também entendida como a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida. Um exemplo é o Brasil que adquiriu traços da cultura de Portugal, da África, que juntamente com a cultura indígena formaram a cultura brasileira.

Com a crescente globalização, um novo entendimento de aculturação vem-se tornando um dos aspectos fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes países do globo, alguns autores sustentam que cada cultura está a perder a sua identidade cultural e social, aderindo em parte a outras culturas. Um exemplo disso são elementos da cultura ocidental que são cada vez mais homogéneos em muitos países distintos. Mesmo assim a aculturação não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que hoje ainda se observa, em especial entre o Oriente e o Ocidente.
http://pt.wikipedia.org
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O texto inserido a seguir foi copiado a partir do Portal das Escolas
(No ficheiro não não é indicado o nome do(s) autores(s))


Multiculturalismo

As vivências dos indivíduos em diferentes contextos sociais, com as suas hierarquias de valores, com a sua cultura própria colocam sérias dificuldades de convivência intercultural. Porém, por razões particulares, acontece que pessoas de espaços culturais diversos são muitas vezes obrigadas a relacionar-se e a ter de conviver.

Fala-se de multiculturalismo ou diversidade cultural para designar este fenómeno, o qual tem vindo a merecer a atenção de inúmeros investigadores. Entre eles, uns preocupam-se com a descrição e análise das diferenças culturais entre os povos que habitam regiões distintas do globo; outros analisam o facto de, num mesmo espaço social, pessoas com culturas diferentes terem de lidar umas com as outras.

Devido à emigração, é possível num país, ou mesmo numa cidade, a existência de diversos núcleos culturais. 
Acrescente-se ainda a existência de grupos sociais que, por inúmeras razões, se sentem marginalizados pelos elementos da sociedade, como é o caso dos deficientes, dos idosos, dos homossexuais e de outros.

Atitudes face à diversidade cultural

Imagem retirada do manual Um outro olhar sobre o mundo


Perante a existência de seres humanos com normas e hábitos culturais diferentes, as pessoas podem assumir atitudes e condutas muito variadas. Mencionaremos algumas dessas atitudes: etnocentrismo, relativismo cultural e interculturalismo.


Etnocentrismo

Incluem-se aqui as pessoas que observam as outras culturas em função da sua própria cultura, tomando-a como padrão para valorar e hierarquizar as restantes. Desta atitude podem, de imediato, resultar duas consequências:

• Incompreensão em relação aos aspectos das outras culturas, pois o etnocentrista é incapaz de aceitar os que não adoptam modos de vida semelhantes aos seus.
• Aumento da coesão dos elementos do grupo e do sentimento de superioridade em relação aos elementos das culturas com que têm de coexistir.

Para preservar os traços da sua cultura, o etnocentrista pode assumir posturas negativas, entre as quais se contam:
• Xenofobia, ou seja, ódio em relação aos estrangeiros.
• Racismo, isto é, repúdio violento de determinados grupos étnicos.
• Chauvinismo, quer dizer, patriotismo fanático.


Relativismo cultural

Para além dos etnocentristas, há outras pessoas que perspectivam as outras culturas a partir dos valores por que se regem e não dos valores das culturas em causa. São os defensores do relativismo cultural.
Porém, afastam-se dos etnocentristas ao recomendarem a tolerância face as diferentes expressões culturais  das outras comunidades.
Esta tolerância, sendo aparentemente uma atitude positiva, manifesta alguns aspectos negativos:

• a proclamação dos respeito e tolerância pelas outras culturas encerra a ideia de que cada cultura deve promover os seus próprios valores, ficando fechada em si própria.
• Não incentivando a abertura aos modelos das outras comunidades, os defensores do relativismo não promovem, antes dificultam, o diálogo entre culturas.

Neste sentido, os relativistas não escapam a certos riscos. Entre eles, anotam-se os seguintes:

Racismo
Embora proponham o respeito pelos modos de vida de todos os povos, os relativistas estão a preservar a sua própria cultura. A melhor forma de as pessoas se preservarem consiste em não se misturarem. Daí não serem adeptos do diálogo cultural.


Isolamento
Apesar da tolerância, o relativismo promove a separação entre culturas, não manifestando interesse em estabelecer contacto com povos diferentes. A defesa de que cada ser humano deve ficar no seu país e viver segundo a sua cultura acaba por ser, muitas vezes, um modo de justificar a proibição da entrada de imigrantes.

Estagnação 
Há uma visão estática das culturas, considerando que o importante é manter
as tradições. Certamente que é bom manter as tradições para conservar a memória colectiva; porém, a cultura é algo de vivo que se deve adaptar a novas circunstâncias e, para isso, os contactos entre culturas são altamente enriquecedores. Esta é a perspectiva adoptada pelos defensores do interculturalismo.


Interculturalismo

Este movimento tem como ponto de partida o respeito pelas outras culturas, superando as falhas do relativismo cultural, ao defender o encontro, em pé de igualdade, entre todas elas.

O interculturalismo propõe-se promover os seguintes objectivos:
• Compreender a natureza pluralista da nossa sociedade e do nosso mundo.
• Promover o diálogo entre culturas.
• Compreender a complexidade e riqueza da relação entre as diferentes culturas, tanto no plano pessoal como no comunitário.
• Colaborar na busca de respostas aos problemas mundiais que se colocam nos âmbitos social, económico, político e ecológico.

Dado que não se pode considerar que qualquer cultura tenha atingido o seu total desenvolvimento, o diálogo entre povos de diferentes culturas é o meio de possibilitar o enriquecimento mútuo de todas elas. O interculturalismo propõe, assim, que se aprenda a conviver num mundo pluralista e  se respeite e defenda a humanidade no seu conjunto. 


A importância do diálogo entre culturas

O diálogo entre culturas corresponde a uma exigência do nosso tempo, dada a necessidade de dar respostas comuns a desafios que se colocam a toda a humanidade. Para o levar a cabo é necessário, contudo, ter como base um conjunto de valores morais partilhados, entre os quais se evidenciam os seguintes:
• Salvaguarda dos direitos humanos.
• Apreço pela liberdade, igualdade e solidariedade.
• Respeito pelas diferenças culturais.
• Promoção de uma atitude dialogante.
• Implementação de um tolerância activa.

Estes mínimos morais são os alicerces para a construção de uma “civilização mundial”. Tal civilização será obra de todas as culturas e raças e terá de ser edificada através de um diálogo intercultural sério e frutífero. 

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Os perigos do etnocentrismo

"É norma socialmente reconhecida entre nós que devemos cuidar dos nossos pais e de familiares quando atingem uma idade avançada; os Esquimós deixam-nos morrer de fome e de frio nessas mesmas condições. Algumas culturas permitem práticas homossexuais enquanto outras as condenam (pena de morte na Arábia Saudita). Em vários países muçulmanos a poligamia é uma prática normal, ao passo que nas sociedades cristãs ela é vista como imoral e ilegal. Certas tribos da Nova Guiné consideram que roubar é moralmente correcto; a maior parte das sociedades condenam esse acto. O infanticídio é moralmente repelente para a maior parte das culturas, mas algumas ainda o praticam. Em certos países a pena de morte vigora, ao passo que noutras foi abolida; algumas tribos do deserto consideravam um dever sagrado matar após terríveis torturas um membro qualquer da tribo a que pertenciam os assassinos de um dos seus.

Centenas de páginas seriam insuficientes para documentarmos a relatividade dos padrões culturais, a grande diversidade de normas e práticas culturais que existem actualmente e também as que existiram.

Até há bem pouco tempo muitas culturas e sociedades viviam praticamente fechadas sobre si mesmas, desconhecendo-se mutuamente e desenvolvendo bizarras crenças acerca das outras.

 Os europeus que viajaram para as Américas no século XVI acreditavam que iam encontrar gigantes, amazonas e pigmeus, a Fonte da Eterna Juventude, mulheres cujos corpos nunca envelheciam e homens que viviam centenas de anos. Os índios americanos foram inicialmente olhados como criaturas selvagens que tinham mais afinidades com os animais do que com os seres humanos. Paracelso, nunca lá tendo ido, descreveu o continente norte-americano povoado por criaturas que eram meio homens meio bestas. Julgava-se que os índios, os nativos desse continente, eram seres sem alma nascidos espontaneamente das profundezas da terra. O bispo de Santa Marta, na Colômbia, descrevia os indígenas como homens selvagens das florestas e não homens dotados de uma alma racional, motivo pelo qual não podiam assimilar nenhuma doutrina cristã, nenhum ensinamento, nem adquirir a virtude.

Anthony Giddens, Sociology, Polity Press, Cambridge, p. 30

Durante o século XIX os missionários cristãos em África e nas ilhas do Pacífico forçaram várias tribos nativas a mudar os seus padrões de comportamento. Chocados com a nudez pública, a poligamia e o trabalho no dia do Senhor, decidiram, paternalistas, reformar o modo de vida dos "pagãos". Proibiram os homens de ter mais de uma mulher, instituíram o sábado como dia de descanso e vestiram toda a gente. Estas alterações culturais, impostas a pessoas que dificilmente compreendiam a nova religião, mas que tinham de se submeter ao poder do homem branco, revelaram-se, em muitos casos, nocivas: criaram mal-estar social, desespero entre as mulheres e orfandade entre as crianças.

Se bem que o complexo de superioridade cultural não fosse um exclusivo dos Europeus (os chineses do século XVIII consideraram desinteressantes e bárbaros os seus visitantes ingleses), o domínio tecnológico, científico e militar da Europa, bem vincado a partir das Descobertas, fez com que os Europeus julgassem os próprios padrões, valores e realizações culturais como superiores. Povos pertencentes a sociedades diferentes foram, na sua grande maioria, desqualificados como inferiores, bárbaros e selvagens.

O etnocentrismo é a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua cultura ou sociedade. Tem a sua origem na tendência de julgarmos as realizações culturais de outros povos a partir dos nossos próprios padrões culturais, pelo que não é de admirar que consideremos o nosso modo de vida como preferível e superior a todos os outros. Os valores da sociedade a que pertencemos são, na atitude etnocêntrica, declarados como valores universalizáveis, aplicáveis a todos os homens, ou seja, dada a sua "superioridade" devem ser seguidos por todas as outras sociedades e culturas. Adoptando esta perspectiva, não é de estranhar que alguns povos tendam a intitular-se os únicos legítimos e verdadeiros representantes da espécie humana.

Quais os perigos da atitude etnocêntrica? A negação da diversidade cultural humana (como se uma só cor fosse preferível ao arco-íris) e, sobretudo os crimes, massacres e extermínios que a conjugação dessa atitude ilegítima com ambições económicas provocou ao longo da História.

Depois da Segunda Guerra Mundial e do extermínio de milhões de indivíduos pertencentes a povos que pretensos representantes de valores culturais superiores definiram como sub-humanos, a antropologia cultural promoveu a abertura das mentalidades, a compreensão e o respeito pelas normas (valores das outras culturas Mensagens fundamentais: a) Em todas as culturas encontramos valores positivos e valores negativos; b) Se certas normas e práticas nos parecem absurdas devemos procurar o seu sentido integrando-as na totalidade cultural sem a qual são incompreensíveis, c) O conhecimento metódico e descomplexado de culturas diferentes da nossa permite-nos compreender o que há de arbitrário nalguns dos nossos costumes, torna legítimo optar, por exemplo, por orientações religiosas que não aquelas em que fomos educados, questionar determinados valores vigentes, propor novos critérios de valoração das relações sociais, com a natureza, etc.

A defesa legítima da diversidade cultural conduziu, contudo, muitos antropólogos actuais a exagerarem a diversidade das culturas e das sociedades: não existiriam valores universais ou normas de comportamentos válidos independentemente do tempo e do espaço. As valorações são relativas a um determinado contexto cultural, pelo que julgar as práticas de uma certa sociedade, não existindo escala de valores universalmente aceite, seria avaliá-los em função dos valores que vigoram na nossa cultura.

Cairíamos de novo, segundo a maioria dos antropólogos, nessa atitude dogmática que é o etnocentrismo.»

RODRIGUES, Luís (2003). Filosofia 10.º ano. Lisboa: Plátano Editora.

A diversidade cultural

Diversidade cultural: entenda o que é e qual a sua importância

Você já reparou no quanto os costumes e comportamentos das pessoas são diferentes ao redor do mundo? Mesmo dentro dum mesmo país  podemos observar que muitas tradições e hábitos são específicos de cada local. Toda essa pluralidade presente nos grupos humanos é o que se designa por diversidade cultural.

Significado de diversidade cultural

A diversidade cultural corresponde às várias formas de expressão e os comportamentos de uma população. Esse termo foi criado para representar o conjunto de culturas existentes numa determinada região e busca entender como se dá a diferenciação entre elas.

O conceito de cultura e identidade cultural

Podemos entender como cultura o conjunto de costumes, tradições e comportamentos de determinado grupo de pessoas que vive num mesmo local. Assim, a cultura envolve a linguagem, as artes, a organização política, as religiões, as músicas, a moda, a culinária, os valores éticos e morais e todos os elementos que compõe um povo.

As diferenças entre os elementos de cada cultura deram origem ao conceito de identidade cultural. Esse termo explica o sentimento de pertença cultural das pessoas que, por partilharem os mesmos comportamentos e costumes, se identificam como membros de uma mesma comunidade cultural.

A globalização e a diversidade cultural

No mundo atual, o desenvolvimento dos meios de comunicação, a facilidade da troca de informações e o comércio entre lugares distantes do globo fizeram surgir um fenómeno chamado globalização.

De maneira geral, a globalização é essa troca de informações, costumes, produtos, padrões culturais, que ocorre entre povos de diferentes locais. A partilha desses aspectos culturais entre grupos de pessoas gera impactos na cultura local de cada uma. Isso é exemplificado facilmente quando paramos para pensar na indústria da música.

Hoje os artistas de cada país sofrem influência de artistas de todo o mundo.  Há quem diga, inclusive, que atualmente não existe mais um estilo de música que seja exclusivamente de um só local, porque as influências externas são muitas.

O constante intercâmbio cultural causado pela globalização leva muitos pesquisadores a afirmarem que ela é uma ameaça à diversidade cultural no mundo, pois tende a homogeneizar as sociedades e faz com que os povos percam a suas identidade cultural. De facto, há uma cultura dominante que está a ter um impacto muito significativo em quase todas as sociedades do mundo: a cultura anglo-saxónica, que se impõe como padrão quer através da música, do cinema, da indústria do entretenimento, dos valores, das formas de estar no mundo.

Qual a importância da diversidade cultural?

A diversidade cultural é tão importante que, no ano de 2001, foi aprovada a “Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural”. Nesta declaração, os 185 Estados que fazem parte da UNESCO reconhecem a diversidade entre as culturas como “herança comum na humanidade”. Este documento, além de validar a importância da preservação da identidade cultural de cada povo, representa um marco de proteção à diversidade.

Essa Declaração da UNESCO afirma que a diversidade cultural é tão importante para a humanidade, quanto a biodiversidade é importante para a natureza. Segundo ela, a pluralidade entre os diferentes povos promove avanços económicos, intelectuais e artísticos que são essenciais para o desenvolvimento humano.

Segundo o documento, somente através da diversidade é possível crescer e melhorar a humanidade. Por ser tão importante, a expressão da cultura torna-se um direito humano que deve ser protegido.

https://www.significadofacil.com/diversidade-cultural/ (Texto adaptado)

Trabalho de grupo sobre a Arte

O que é a arte by paulofeitais on Scribd                            Teorias estéticas from Paulo Gomes Trabalho de grupo:...